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Os metroviários e a direção do Metrô não chegaram a um acordo durante a audiência de conciliação ocorrida no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que começou por volta de 15h30 desta quinta-feira (2) e durou cerca de uma hora. Os grevistas realizam por volta de 18h uma assembléia na sede do sindicato dos metroviários, na Zona Leste de São Paulo, para decidir se mantêm ou suspendem a paralisação.

O TRT vai julgar a greve do Metrô nesta sexta (3) ou na segunda-feira (6). O Sindicato dos Metroviários informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que as negociações com o governo não avançaram.

De acordo com a assessoria do Metrô, desde as 6h desta quinta-feira, a Linha 1-Azul opera normalmente, sem nenhum tipo de restrição. Já a Linha 2-Verde opera parcialmente da Ana Rosa até as Clínicas. Normalmente o trecho vai da Vila Madalena até o Alto do Ipiranga. Por causa da greve dos metroviários, a linha não opera nas estações Vila Madalena, Sumaré, Imigrantes, Chácara Klabin e Alto do Ipiranga.

Já as linhas 3-Vermelha e 5-Lilás não operaram em nenhum trecho.

Força-tarefa

Por causa da paralisação, a companhia organizou uma força-tarefa para colocar os trens em funcionamento nesta quinta-feira e evitar a paralisação total das atividades. Segundo o Metrô, instrutores, supervisores e ex-operadores (que hoje exercem outras funções na empresa) foram destacados para conduzir os trens.

Dois jornalistas da assessoria de imprensa do Metrô, por exemplo, foram destacados para conduzir os trens nesta manhã. Segundo a companhia, esses dois funcionários são capacitados porque já foram operadores de trem por cerca de dez anos antes de prestarem concurso interno e serem transferidos para a parte administrativa da empresa.

Outras paralisações

Essa é a terceira vez que os metroviários param neste ano. No dia dia 23 abril a categoria parou por duas horas contra emenda 3, que trata de contratação de pessoa jurídica sem vínculo empregatício. No dia 14 de junho, foi por causa da campanha salarial. Os metroviários conseguiram 4,35% de reajuste e 3,09% nos benefícios. Desta vez a greve é para aumentar a participação nos lucros da empresa.

"Nos últimos 12 anos negociamos com a empresa o pagamento da PLR como antecipação no semestre. E o semestre fechou em junho com pagamento em julho. A empresa se recusa a fazer essa antecipação. Quer fazer o pagamento somente a partir de fevereiro de 2008 e mesmo assim não atende à reivindicação de uma folha e meia de salário. Quer apenas uma folha de salário e mesmo percentual, privilegiando os salários mais altos da categoria", disse o diretor de comunicação do Sindicato dos Metroviários, Manuel Xavier Filho.

O secretário de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, disse que os pagamentos passou a ser anual, sobre a arrecadação de janeiro a dezembro, e que o Metro já acertou a parte relativa ao ano passado. Disse também que neste ano, a empresa adiantou R$ 800.

'Driverless'

Portella disse nesta quinta ao "SPTV" que o Metrô vai investir em trens que transitam entre as estações sem necessidade de operador. As composições seriam controladas diretamente de uma central de operações.

"Vamos contratar mais 100 operadores que vão funcionar como uma força de emergência e vamos começar a atuar com carros driverless, isso é, carros que não exigem operadores, porque tem de acabar essa chantagem em São Paulo", disse Portella.

Portella disse que o sistema chamado de "driverless" (sem operador) é uma maneira de contornar as greves realizadas pelo Sindicato dos Metroviários de São Paulo. Ele classificou essas paralisações de "chantagem".

A assessoria de imprensa da Secretaria dos Transportes Metropolitanos (STM) informou que não há previsão para implementação do sistema "driverless". Segundo o secretário, o Metrô de São Paulo vai contratar mais funcionários.

Poluição

A greve no Metrô fez Prefeitura suspender rodízio. O aumento do número de veículos nas vias e as condições meteorológicas contribuem para o aumento da poluição.

Pela manhã, pico de congestionamento foi de 152 km de filas às 9h30. Às 13h20, índice era de 54 km. De acordo com a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cestesb), às 13h, qualidade do ar era considerada regular em 16 das 20 estações em operação na Grande São Paulo.

Órgão afirma que a medição de poluentes constatada no fim da manhã pode provocar tosse seca e cansaço em pessoas com doenças respiratórias.

CPTM

Segundo a assessoria de imprensa da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), cerca de 850 mil passageiros usaram os trens que cortam a Capital e a Grande São Paulo, entre as 4h e as 13h. Em dias normais, entre 4h e meia-noite, a empresa transporta cerca de 1,5 milhão de pessoas. A empresa só vai ter números totais na manhã desta sexta-feira (3).

A frota está no máximo - 107 trens distribuídos em todas as linhas - e o horário de maior movimento foi estendido de 5h até 9h30, sendo que normalmente vai de 5h às 8h. Para o período da tarde, a companhia já iniciou o horário de pico, às 16h, que será estendido até as 21h - normalmente é das 17h às 20h.

O acesso da Estação da Luz pela Rua Cásper Líbero permanecerá fechado. A opção é a entrada pela Praça da Luz. Trata-se de uma medida de segurança, uma vez que o espaço na área de embarque pela rua Cásper Líbero não comporta a quantidade de usuários que se dirigem a pé para a estação. A integração com o Metrô na Luz está liberada desde as 9h40. Já nas estações Brás, Barra Funda e Santo Amaro a integração gratuita está suspensa até o retorno da operação metroviária.

Por segurança, a Estação Corinthians-Itaquera permanece fechada enquanto durar a greve. A razão se dá pelo fato dos trens do Expresso Leste, que atendem a estação, já chegarem com um grande número de passageiros provenientes de Guaianazes e Tatuapé, não absorvendo o fluxo oriundo do Metrô. Por se uma estação terminal da Linha 3 Vermelha (Metrô), a estação Corinthians-Itaquera tem um movimento diário de mais de 80 mil pessoas. As opções para os usuários são as estações Dom Bosco ou Tatuapé, da CPTM.

Também prossegue o reforço no contingente de segurança em todas as estações, especialmente na Luz, Guaianazes, José Bonifácio, Dom Bosco, Tatuapé, Brás, Calmon Viana, Barra Funda e Santo Amaro.

Enquanto durar a greve, o Serviço de Atendimento ao Usuário (telefone 0800 055 0121) funcionará das 5h às 20h, o horário normal é das 7h às 19h. O serviço da Ponte Orca, que opera os trechos Barra Funda – Vila Madalena e Cidade Universitária – Vila Madalena continua interrompido até o fim da paralisação metroviária.

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