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Recife (AG/Folhapress) – Morreu na manhã de ontem no Recife (PE), vítima de infecção generalizada, o presidente nacional do PSB, deputado federal Miguel Arraes de Alencar, aos 88 anos. O parlamentar estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital Esperança havia 57 dias. O estado de saúde de Arraes agravou-se na madrugada de ontem, com a constatação de que a infecção pulmonar, problema que o levou ao internamento, havia se generalizado. Sua pressão sangüínea caiu bruscamente, e, às 11h40, ele morreu.

Fumante por 72 anos, o deputado foi hospitalizado no dia 17 de junho, inicialmente com suspeita de dengue. Durante o período de tratamento, o parlamentar apresentou ainda problemas cardíacos e renais. Foi submetido a uma traqueostomia e a duas cirurgias para conter hemorragias no duodeno e no pulmão esquerdo.

Nos últimos dias, Arraes vinha alternando momentos de crise e lucidez. Até a noite de sexta-feira, ele estava "consciente e orientado", segundo a equipe médica. Sua pressão arterial, entretanto, vinha sendo mantida com a ajuda de medicamentos. Máquinas ajudavam-no a controlar a respiração. Os rins pararam de funcionar na semana passada, obrigando os médicos a submetê-lo a sessões diárias de hemodiálise.

O anúncio da morte do líder socialista provocou alvoroço no saguão do hospital. Políticos, parentes e amigos começaram a chegar ao hospital por volta do meio-dia. Oito dos dez filhos do deputado já estavam no local.

Repercussão

Logo após a divulgação da morte de Miguel Arraes, autoridades e políticos de diversas partes do país lamentaram a perda do ex-governador e presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB). O presidente Lula, que viajará ao Recife no domingo, para acompanhar as cerimônias de despedida de Arraes em Recife, decretou luto oficial de três dias no País. O enterro está marcado para as 16 horas no Cemitério Santo Amaro.

O Planalto divulgou nota em que o presidente Lula manifesta seu "pesar pessoal pela perda de um amigo". Lula destacou a "grande tristeza pela ausência de um companheiro que, com a experiência, sabedoria e capacidade de resistência, fará muita falta no trabalho em favor da justiça social em nosso país".

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) declarou, também através de comunicado, que "o Brasil, principalmente o Nordeste, perde um de seus principais líderes". O senador tucano afirmou ainda que Arraes foi um "exemplo de dignidade e deixa um legado do mais alto valor para a História política, perpetuando-se como símbolo da resistência e da luta pelos ideais democráticos". Para Tasso, o ex-governador foi um "símbolo na política nacional do sertanejo nordestino".

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