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Velório em Belo Horizonte foi realizado no Palácio da Liberdade, antiga sede do governo mineiro | Antônio Cruz/ABr
Velório em Belo Horizonte foi realizado no Palácio da Liberdade, antiga sede do governo mineiro| Foto: Antônio Cruz/ABr

Despedida

Mineiros elogiam ex-vice

Pelo menos 4 mil pessoas, conforme a Polícia Militar de Minas Gerais, passaram pelo Palácio da Liberdade para se despedir de José Alencar. No velório que havia sido realizado em Brasília, outras 8,1 mil pessoas já haviam comparecido. O cortejo foi muito aplaudido ao passar pela alameda que cruza a Praça da Liberdade, em frente à antiga sede do governo mineiro.

O corpo foi levado da Base Aérea da Pampulha até o palácio no mesmo caminhão do Corpo de Bombeiros que transportou os corpos do ex-presidente Tancredo Neves e do ex-vice-presidente Aureliano Chaves.

O primeiro da fila pública a entrar no palácio para prestar a sua homenagem foi o cozinheiro Alexandre Aparecido Carlos, de 26 anos, de Contagem, que chegou às 6h30 para dar adeus a Alencar. Ele contou que sua mãe sofre de câncer e avalia que ela deveria se espelhar no ex-vice-presidente. "Eu sempre falo para a minha mãe seguir o exemplo dele, porque ele lutou muito. Falo para ela não deixar de perseverar", afirmou.

Admiração

A dona de casa Vilma de Paula Santos, de 57 anos, também conseguiu despedir-se do ex-vice-presidente, mas, para isso, teve que sair do município de Ribeirão das Neves – a cerca de 30 quilômetros da capital, na região metropolitana de Belo Horizonte. "Larguei tudo em casa e vim porque eu admirava demais o José Alencar. Mesmo nas horas críticas estava de bom humor. Os outros políticos deveriam seguir seu exemplo", disse, com lágrimas nos olhos, após passar pelo caixão.

Quando a visitação pública foi fechada, às 13h30, cerca de 2 mil pessoas ainda se concentravam na Praça da Liberdade para acompanhar a movimentação no palácio. Metade delas estava na fila, mas não pôde dar o último adeus ao ex-vice-presidente.

O corpo do ex-vice-presidente da República José Alencar foi cremado ontem em Contagem, na Grande Belo Horizonte. A presidente Dilma Rousseff e seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, entre outros políticos, acompanharam a segunda etapa do velório, na capital mineira, que reuniu mais de 4 mil pessoas.

Já a cremação foi reservada à família. De acordo com assessores da Casa Militar do governo de Minas Gerais, o procedimento de cremação, que geralmente leva 24 horas, foi acelerado para que a família recebesse as cinzas ainda hoje. Conforme o irmão Antonio Gomes da Silva, o ex-vice-presidente queria ser cremado e ter os restos mortais depositados na igreja onde foi batizado, em Itamuri, antigo distrito de Muriaé. "Isso era um pensamento dele. Ele sempre pensou que a pessoa tinha de voltar por onde passou", disse o irmão, emocionado.

O velório foi realizado no Palácio da Liberdade, um prédio de estilo eclético de 1897 hoje reservado às solenidades oficiais do governo mineiro, mesmo local em que foi velado o ex-presidente Tancredo Neves, em 1985.

O calor intenso no saguão onde foi realizado o ato católico de corpo presente fez com que a ex-primeira-dama Marisa Letícia, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e Bárbara, neta de Alencar, passassem mal. Os três receberam atendimento médico no local e se recuperaram.

Depois de passar a madrugada em Brasília, o corpo de Alencar chegou a Belo Horizonte por volta das 9h15 em avião da FAB. Seguiu em cortejo pelas ruas da cidade no mesmo caminhão do Corpo de Bombeiros que transportou o caixão de Tancredo.

A cerimônia começou com atraso de uma hora e meia. Quando o corpo chegou, foi recebido com aplausos, que se repetiram no momento em que o caixão foi aberto.

Dilma e Lula chegaram às 11h45, quando já havia uma fila para que as cerca de 5 mil pessoas – segundo cálculo da Polícia Militar – se despedissem de Alencar. Lula, abatido, ficou sempre ao lado do caixão. Na saída, disse: "Ele foi muito mais que um vice. Era mais forte do que eu".

Dilma brincava com as bisnetas do ex-vice-presidente, Maria e Manuela. A presidente não deu declarações e voltou para Brasília logo depois do fim do velório. A viúva, Mariza Gomes da Silva, muito abatida depois de uma maratona que começou na terça-feira, quando ele morreu, estava cercada pelos familiares.

O governador Antonio Anastasia (PSDB) colocou à disposição da família uma sala nos fundos do palácio. Foi lá que Lula e Dilma se despediram de Mariza.

Momentos antes de o corpo ser levado para o Cemitério Parque Renascer, onde foi cremado, o filho de Alencar, Josué Gomes da Silva, herdeiro no comando da Coteminas, disse que a família estava comovida com o apoio de todas as correntes políticas.

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