Mesmo acuados pelo crime organizado, que na última segunda-feira atacou o Ministério Público Estadual (MPE) em São Paulo com uma bomba que explodiu na porta de entrada da sua sede, os promotores estão denunciando 25 integrantes da facção criminosa que tem promovido os atentados.Entre os indiciados pelos crimes de tráfico de drogas, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e pelas ações criminosas que aterrorizaram São Paulo em maio, julho e na semana passada, estão os chefes da facção, que são, segundo o MP, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola; Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue; Júlio Cesar Guedes de Moraes, o Julinho Carambola, e Davi Magalhães, o Mago. A advogada Maria Cristina Rachado, que defendia Marcola, também foi indiciada.
Todos os outros indiciados, segundo o promotor Márcio Christino, do MP, foram presos no último dia 20 de julho em uma das células da organização criminosa, que funcionava em uma casa na Lapa, zona oeste de São Paulo. Na casa, segundo apurou a polícia, funcionava todo esquema de operação da facção na zona oeste da capital e era centralizada a venda de cocaína.
Conforme anotações apreendidas em livro de contabilidade no local, a venda de cocaína rendeu em maio um lucro líquido de R$ 224 mil para os bandidos.
- Essas prisões, de uma célula, de núcleo inteiro dessa organização criminosa, nos permitiram chegar à estrutura que eles utilizam para cometer os crimes. Eles atuam com a mesma estrutura de um grupo terrorista cujo objetivo é o tráfico de drogas - explicou Christino, que previu para esta segunda-feira o envio da denúncia à Justiça.
Com a identificação do modo de operar do grupo, que atua como uma organização terrorista organizada em células, ou núcleos autônomos, o promotor acredita que as ações judiciais contra os criminosos serão mais efetivas.
- Detectamos a forma como eles operam e agora as ações deixam de ser no nível individual e passam para o nível administrativo e orgânico, muito mais eficaz na punição dos criminosos - disse.
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