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O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse nesta terça-feira em São Paulo que a Polícia Federal investiga uma quadrilha de estelionatários que estaria negociando delação premiada. São pessoas que procuram réus de crimes que já tenham sido julgados e condenados para conseguir uma redução de pena ao delatarem comparsas em troca de pagamento.

- Existe um inquérito policial em que a Polícia está investigando pessoas, oferecendo delação premiada para pessoas já condenadas - disse o ministro.

De acordo com Thomaz Bastos o crime que vem sendo praticado é claro:

- Isso é um crime. Isso é estelionato. A pessoa querer usar um ardil para enganar outra e obter uma vantagem.

Ele garantiu que policiais federais não estão envolvidos.

- Não tem pessoas da Polícia Federal de maneira nenhuma. Não vou dizer (mais) porque este é um inquérito que está começando a ser feito e não é a coisa mais importante dessa questão.

O ministro da Justiça garantiu ainda que o caso investigado, que está no começo da apuração, deve ser tratado como um crime comum.

- O inquérito visa a um caso específico. Ele está sendo apurado sob sigilo. Está no começo da apuração. E a Polícia Federal, pelo que estou informado, espera tratá-lo como um caso comum. É um caso de estelionato.

O fato de já ter tido seu nome envolvido no depoimento de um réu que estaria negociano da delação premiada, o doleiro Toninho da Barcelona, segundo Márcio Thomaz Bastos, não tem nenhuma relação com a investigação em curso.

- Não, não, não tem nada a ver com isso. Esse negócio de envolver meu nome nem tem muito a ver com delação premiada. O que houve foi um depoimento feito em um lugar e que depois foi retratado e esse depoimento tinha sido forçado. De modo que não tem nada a ver. Essa outra investigação é sobre estelionato, que está sendo feita já há bastante tempo.

Na avaliação do ministro, está havendo um abuso em torno do uso da delação premiada.

-Eu mesmo já fui vítima disso, quando um sujeito foi depor e perguntaram o nome de pessoas e o próprio advogado dele apontou meu nome na lista, mas depois ele desmentiu - disse, indiretamente se referindo ao doleiro Toninho da Barcelona.

Também nesta terça-feira, o ministro voltou a destacar a importância de se combater o crime de lavagem de dinheiro no país.

- Efetivamente, esta crise que o Brasil está vivendo, está terminando de viver, se deve basicamente a isso. Temos de fazer uma reforma política, mas além da reforma política, temos que fazer essa grande reforma cultural de combater e tornar a lavagem de dinheiro uma coisa reprovável para todo mundo - disse o ministro, que participa de seminário internacional sobre ciências criminais em São Paulo.

Na segunda-feira, o ministro já condenara com veemência a movimentação de recursos não-declarados, o chamado caixa dois, por pessoas, empresas ou instituições idôneas no país. Para o ministro da Justiça, o caixa dois é uma prática nociva, que favorece a lavagem de dinheiro pelo crime organizado. Para Bastos, coibir a lavagem de dinheiro é a melhor maneira de combater o crime organizado.

O ministro disse que as operações financeiras no caixa dois devem ser feitas por bandidos e não pelos cidadãos comuns que, "às vezes inadvertidamente", pagam por fora algum serviço, sem recibo, ao comentar a administração dos recursos no PT.O ministro garantiu que a Polícia Federal e o Ministério da Justiça estão apurando as denúncias de dinheiro no caixa dois do PT tanto no Brasil quanto no exterior.

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