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Patriota: abstenção sobre invasão da Líbia foi acertada | Elza Fiúza/ABr
Patriota: abstenção sobre invasão da Líbia foi acertada| Foto: Elza Fiúza/ABr

Rio de Janeiro - O ministro das Relações Ex­­­teriores, Antônio Patriota, disse ontem que, caso consiga o esperado assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, o Brasil terá atuação "individual" e não regional, ou seja, não obrigatoriamente vinculada à América Latina. Para o ministro, o continente pode pensar em uma organização conjunta por outros meios, nos moldes da União Africana, da Liga Árabe ou da União Europeia. Patriota acrescentou que, no Conselho, o Brasil poderá "fazer um trabalho que reflita também as preocupações regionais".

"A América Latina goza de grande homogeneidade. Temos possibilidade de nos organizar de maneira eficaz com coordenações regionais. Mas a participação no Conselho de Segurança é a título individual. São as Nações Unidas, não as Regiões Unidas necessariamente", afirmou o ministro, de­­pois de participar da sessão de abertura do Fórum Econômico Mundial da América Latina.

Patriota disse que prever quando o Brasil ocuparia uma vaga permanente no conselho seria "exercício de futurologia", mas voltou a defender uma reforma do colegiado que, segundo ele, está "esmaecendo". "É preciso prevenir esse fracasso sistêmico", afirmou. "Avançamos em reformas da governança global em outras áreas, como a superação do G8 pelo G20 e a reorganização dos trabalhos na Or­­ganização Mundial do Co­­­mércio. Falta a reforma do Conselho de Segurança. É um sentimento predominante na comunidade internacional. É um assunto que não vai desaparecer", declarou Patriota.

Questionado sobre o papel da América Latina no sistema global de governança, Patriota voltou a defender a decisão brasileira de se abster na votação na ONU que autorizou a intervenção militar de ou­­tros países na Líbia. Para ele, a prova de que a abstenção foi acertada é que os conflitos entre governo e rebeldes líbios continua. "Se a resolução fosse restrita à zona de exclusão aérea, a expectativa era de consenso. Mas o Brasil e outros países consideraram que a janela aberta era ampla demais, seria um cheque em branco militar para proteger civis", justificou.

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