Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
crise política

Ministro do STF nega suspensão de processo de cassação de Cunha

Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, entrou com pedido no STF para suspender processo de cassação no Conselho de Ética. | Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, entrou com pedido no STF para suspender processo de cassação no Conselho de Ética. (Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados)

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso negou nesta quarta-feira (17) pedido do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para suspender seu processo de cassação no Conselho de Ética.

Cunha havia recorrido ao Supremo pela concessão de uma medida liminar (provisória) para interromper a tramitação do processo até que fosse apreciado, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, um recurso que levaria o caso à fase inicial.

Os defensores argumentam que isso deve ocorrer por causa da substituição da relatoria, que passou para o deputado Marcos Rogério (PDT-RO), e a posterior anulação do parecer do pedetista a favor da continuidade das investigações.

Em sua decisão, o ministro afirmou que Cunha não comprovou ato específico que caracterizasse irregularidade do presidente do Conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA).

“Simplesmente não há comprovação de que a autoridade impetrada [presidente do conselho de Ética] tenha cerceado a defesa do impetrante [Cunha] ou admitido novas acusações como ‘aditamentos’ alegadamente indevidos”, disse o ministro.

Para o ministro, sem os elementos necessários, a concessão de uma liminar poderia representar interferência do Judiciário no Legislativo.

“Não verifico, no caso, circunstância premente que autorize a atribuição excepcional de efeito suspensivo a recurso que -como afirma o próprio impetrante- não é dele dotado. A medida representaria uma interferência do Supremo Tribunal Federal no âmbito do Legislativo, sem uma demonstração cabal de situação de ilegalidade ou de urgência”.

Nesta quarta, com a apresentação pela terceira vez de parecer pela admissibilidade do processo de cassação do presidente da Câmara, o Conselho de Ética concedeu vista do relatório e adiou novamente, desta vez para a próxima semana, a votação da continuidade do processo.

Como o prazo da concessão de vista é de dois dias úteis, na prática só na semana que vem é que o Conselho de Ética deve votar o parecer sobre a admissibilidade do processo de cassação. Está prevista para a próxima terça-feira (23) a discussão do relatório.

Caso seja aprovada a admissibilidade e o processo tenha continuidade, a parte é notificada e tem dez dias úteis para apresentar sua defesa formal.

O presidente da Câmara é acusado de quebrar o decoro ao ter mentido para à CPI da Petrobras quando disse, em março do ano passado, de que não possui contas no exterior. Documentos do Ministério Público da Suíça enviados ao Brasil apontaram a existência de quatro contas no país europeu ligadas ao presidente da Câmara e familiares que são suspeitas de terem sido abastecidas com propina de contratos da Petrobras. Ele é investigado no Supremo. Cunha nega ligação com o esquema.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.