
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, negou ontem o envolvimento do ex-presidente Lula nas irregularidades investigadas na Operação Porto Seguro. A suspeita foi levantada pelo deputado Anthony Garotinho (PDT-RJ), durante depoimento do ministro na Câmara. E se baseou no fato de Lula ser amigo íntimo de Rosemary Noronha, de tê-la nomeado chefe do escritório da Presidência em São Paulo e de supostamente ter sido citado em conversas interceptadas pela Polícia Federal (PF). Rosemery foi indiciada por corrupção, tráfico de influência e falsidade ideológica.
Cardozo disse que a suspeição sobre Lula foi construída a partir de uma interpretação "forçada" de e-mails pinçados do inquérito pela imprensa. Nessas mensagens, Rosemary diz a integrantes da quadrilha para "se aproximar do PR" sigla interpretada como "presidente da República".
O ministro também defendeu a permanência do advogado-geral da União, Luís Adams, que nomeou como seu braço-direito José Weber de Holanda Alves, um dos indiciados pela PF. Para Cardozo, Adams "escolheu alguém em quem confiou e foi traído".
PSDB e DEM coletam assinaturas para CPI
As bancadas do PSDB e do DEM no Senado começaram a coleta de assinaturas para criar a CPI da Rosemary, encarregada de aprofundar as investigações sobre o esquema de venda de pareceres técnicos e tráfico de influência em órgãos públicos. Um dos alvos da CPI deve ser o aprofundamento das investigações sobre a ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa de Noronha, a principal facilitadora do esquema. O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), lembrou que a Polícia Federal não quebrou o sigilo telefônico de Rosemary, ao contrário do que ocorreu com os demais envolvidos. "É um peso e duas medidas", disse ele, ao lembrar que é notória a relação de Rosemary com o ex-presidente Lula.



