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Bezerra (dir.) em helicóptero para vistoriar enchentes no Rio, acompanhado de Rosinha e Anthony Garotinho (ao fundo) | Antonio Cruz/Folha da Manhã
Bezerra (dir.) em helicóptero para vistoriar enchentes no Rio, acompanhado de Rosinha e Anthony Garotinho (ao fundo)| Foto: Antonio Cruz/Folha da Manhã

Suspeitas

DEM pede que MPF abra investigação

O DEM entrou ontem com uma representação no Ministério Público Federal (MPF) pedindo a abertura de inquérito para investigar indícios de crime de improbidade administrativa praticado pelo ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, no exercício do cargo. Bezerra é suspeito de ter favorecido seu reduto eleitoral no comando da pasta (no ano passado, ele destinou 90% da verba antidesastre do ministério para seu estado, Pernambuco). Além disso, teria se omitido na distribuição de verba pública contra enchentes e praticado nepotismo. O líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres (GO), pede que, se confirmadas as ilegalidades, o ministro seja punido com a perda da função pública, a suspensão dos direitos políticos, além de multado e condenado a indenizar prejuízos.

Folhapress

O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, se livrou ontem de uma acusação de nepotismo, mas foi alvo de outras três. A nomeação de parentes diretos para cargos públicos – prática conhecida como nepotismo – é proibida pela súmula antinepotismo do Supremo Tribunal Federal (STF).

Clementino Coelho, irmão do ministro, deixou a presidência da Companhia de Desenvol­vimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), estatal vinculada à Integração Nacional. Mas o jornal O Estado de S. Paulo divulgou na edição desta terça-feira que um tio do ministro, o ex-deputado Osvaldo Coe­lho, foi nomeado por Bezerra para compor o Comitê Técnico-Con­sultivo para o Desen­vol­­vimento da Agricul­tura Ir­­rigada, vinculado à pasta. E o jornal Folha de S.Paulo divulgou que o ministro também man­tinha o pai e o tio de sua nora no­­meados em cargos de confiança.

A nomeaçao do irmão e do tio do ministro em tese fere a súmula do STF. Os outros dois casos, não – embora a nomeação igualmente possa ser questionada do ponto de vista ético.

Problemas burocráticos

Antônio de Pádua Kehrle, pai de Laura Kehrle, mulher do deputado Fernando Coelho Filho (PSB-PE), filho do ministro, ocupava até 30 de dezembro a coordenação estadual do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) em Pernambuco. Ele disse que estava no cargo desde abril de 2010, quando Bezerra ainda não era ministro e pediu exoneração logo após o casamento da filha. Mas informou que a substituição demorou "por problemas burocráticos".

Tio de Laura e aliado de Bezerra há mais de 20 anos, Iran Padilha Modesto foi nomeado em maio de 2011 como representante do Ministério da Integração em Pernambuco. Sem tarefas definidas, ele dedica a maior parte do tempo aos interesses do ministro em Petrolina, berço político do clã. Modesto não retornou as ligações para comentar a denúncia. O ministro também não se manifestou sobre esses dois últimos casos. Os dois nomeados são aliados tanto de Bezerra como de Eduardo Campos, governador de Pernam­buco e presidente nacional do PSB, partido de Bezerra.

Apesar do silêncio sobre o pai e o tio da nora de Bezerra, o Minis­tério da Integração buscou dar normalidade à escolha do tio do ministro, Osvaldo Coelho, para o Comitê da Agricultura Irrigada. A justificativa é que, como a função não tem remuneração, não se enquadraria como nepotismo. Segundo a pasta, o tio do ministro terá direito apenas a passagens aéreas e diárias e terá como função opinar sobre a política nacional para o setor.

Já o irmão do ministro, Cle­­mentino Coelho, embora tenha sido exonerado da presidência da Codevasf, continuará empregado no órgão. O Diário Oficial confirmou a nomeação de Guilherme Almeida Gonçalves de Oliveira como novo presidente da companhia. Mas Clementino permanecerá como diretor de Desen­volvimento Integrado e Infraes­trutura, cargo que ocupa desde 2003, época em que Bezerra não era ministro.

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