
O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, afirmou que o mensalão não foi um caso de desvio de recursos públicos, e sim de caixa dois tese petista já derrubada no julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF). Apesar disso, ele afirmou que esse erro precisa ser punido. As declarações do ministro foram dadas a dois dias da decisão sobre a validade dos embargos infringentes, que podem colocar um ponto final ou prolongar por tempo indeterminado o julgamento do mensalão.
Ele não quis comentar a expectativa do governo sobre a decisão que recai sobre o decano do STF, ministro Celso de Mello, que amanhã terá de decidir se encerra o julgamento ou se admite os embargos infringentes interpostos pelos réus, o que poderá reduzir penas e até absolver os condenados de parte dos crimes.
"Não vou falar do mensalão porque tenho uma crença histórica de que não houve desvio de recursos públicos. Houve sim um erro que precisa ser punido e todos nós sabemos que é o uso de caixa dois em processos eleitorais. É disso que se trata, a meu juízo. Então, qualquer desvio tem que ser punido", disse Carvalho.
Julgamento
Amanhã, o ministro Celso de Mello deverá dar um voto de desempate sobre a validade dos chamados embargos infringentes, recursos que poderão garantir a 12 dos 25 réus condenados a revisão das condenações por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
A expectativa no STF é de que Mello desempate a votação reconhecendo o direito a uma segunda chance para os condenados que conseguiram pelo menos quatro votos absolutórios. Nesse grupo está o ex-ministro José Dirceu, condenado a 10 anos e 10 meses por corrupção ativa e formação de quadrilha.



