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Mendes (esq.) cobrou respeito de Barbosa, que respondeu: “Vossa Excelência está destruindo a Justiça deste país e vem agora dar lição de moral em mim?” | Roosewelt Pinheiro/ABr e Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr
Mendes (esq.) cobrou respeito de Barbosa, que respondeu: “Vossa Excelência está destruindo a Justiça deste país e vem agora dar lição de moral em mim?”| Foto: Roosewelt Pinheiro/ABr e Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr

O ministro Joaquim Barbosa, especialista em brigas de plenário com os colegas do Supremo Tribunal Federal (STF), radicalizou ontem sua postura e transformou-se em personagem de um bate-boca sem precedentes na história da Corte. Das 17h40 às 17h53, quando a sessão do tribunal caminhava para o encerramento, Barbosa transformou uma cobrança de informações do presidente do STF, Gilmar Mendes, em uma agressão verbal. Depois disso, os ministros fizeram uma reunião extraordinária para tratar do bate-boca – Barbosa foi embora do tribunal e não participou.

O confronto começou quando o tribunal analisava recursos em que era discutido se decisões do STF, sobre benefícios da Previdência do Paraná e sobre foro privilegiado, tinham ou não efeito retroativo. Essas decisões haviam sido tomadas em sessões em que Barbosa faltou aos julgamentos – ele estava de licença.

O ministro Barbosa disse que a tese de Mendes deveria ter sido exposta "em pratos limpos". Mendes respondeu: "Ela foi exposta em pratos limpos. Eu não sonego informações. Vossa Excelência me respeite". Barbosa partiu para o ataque pessoal ao presidente do STF. "Vossa Excelência está destruindo a Justiça deste país e vem agora dar lição de moral em mim? Saia à rua, ministro Gilmar. Saia à rua. Faz o que eu faço", afirmou Barbosa. Em seguida, depois de Mendes dizer que estava na rua, Barbosa acrescentou: "Vossa Excelência não está na rua não. Vossa Excelência está na mídia, destruindo a credibilidade do Judiciário brasileiro (...) "Vossa Excelência quando se dirige a mim, não está falando com os seus capangas do Mato Grosso, ministro Gilmar. Respeite", reagiu Barbosa. Mendes nasceu no interior do Mato Grosso.

Essa não foi a primeira vez que Joaquim Barbosa discutiu com colegas do STF. O ministro desentendeu-se com Maurício Corrêa, que já se aposentou, e, no ano passado, com Eros Grau, que tinha concedido um habeas corpus favorável a Humberto Braz, ex-presidente da Brasil Telecom, preso na Operação Satiagraha.

Em 2007, Barbosa e Mendes já haviam se desentendido, em um julgamento de uma lei de Minas Gerais que tratava de concursos. Em 2004, o problema foi com Marco Aurélio Mello, a respeito de uma autorização para antecipação de partos de fetos com anencefalia. Barbosa afirmou que um assunto como esse deveria ser decidido por todo o tribunal e não apenas por um ministro.

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