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José Dirceu estará hoje em Curitiba para ato de desagravo | Evaristo Sá / Afp
José Dirceu estará hoje em Curitiba para ato de desagravo| Foto: Evaristo Sá / Afp

Desagravo

José Dirceu participa de evento em Curitiba

André Gonçalves, correspondente

Petistas paranaenses recepcionam hoje à noite em Curitiba o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Condenado a 10 anos e 10 meses de prisão por corrupção ativa e formação de quadrilha no julgamento do mensalão, ele é o principal convidado de um ato organizado por militantes de grupos internos mais à esquerda do partido, o Diálogo Petista e a Articulação de Esquerda. A reunião terá como tema "a defesa do PT e dos direitos democráticos" e também será uma manifestação de solidariedade aos petistas condenados pelo Supremo Tribunal Federal – além de Dirceu, o ex-tesoureiro da legenda Delúbio Soares, o ex-presidente José Genoino e o deputado federal João Paulo Cunha.

Estão confirmadas as presenças do deputado federal Zeca Dirceu, filho do ex-ministro, e do presidente estadual do PT, o deputado estadual Ênio Verri. Antes de viajar para Curitiba, José Dirceu participa de um almoço promovido por amigos em Porto Alegre. De acordo com assessoria dele, o evento na capital paranaense terá um caráter mais político, o primeiro realizado em desagravo à condenação fora do estado de São Paulo.

O encontro ocorre no Espaço Cultural e Esportivo do Sindicato dos Bancários, na Rua Piquiri, às 19h30. A organização do evento espera pela presença de 100 a 150 pessoas. Na semana passada, Zeca Dirceu disse que a reunião será uma "reunião de amigos e lideranças partidárias".

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Os deputados condenados pelo mensalão devem perder os mandatos?

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Os ministros do Supremo Tribunal Federal devem chegar a uma conclusão prática semelhante, apesar de seguirem caminhos distintos na discussão sobre a perda de mandato dos três deputados condenados por envolvimento no mensalão: João Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT). Parte do colegiado votará pela cassação dos mandatos. Outros ministros, mesmo entendendo que essa decisão cabe à Câmara, devem determinar a suspensão dos direitos políticos e consequente afastamento do mandato.

Por um caminho ou por outro, Cunha, Neto e Henry seriam afastados de seus mandatos após a conclusão do julgamento do processo e assim que os acórdãos e julgamento de todos os recursos pendentes contra a condenação forem publicados. Se seguir o caminho da cassação do mandato – pelas estimativas dos ministros, será a tese majoritária –, o Supremo travará um conflito com a Câmara. Caso se limite a suspender os direitos políticos dos parlamentares, a autonomia do Legislativo para cassar mandatos permanecerá intocável.

Por essa segunda via, os ministros diriam que os parlamentares condenados teriam os direitos políticos suspensos enquanto durarem os efeitos da condenação. Como as penas impostas pelos ministros no julgamento do mensalão são elevadas, os deputados ficariam afastados da Câmara até o fim de seus mandatos. Por essa tese, porém, se um senador fosse condenado a pena de três anos, ele ficaria afastado por esse período, mas poderia retomar o posto, já que os mandatos são de oito anos.

Esse entendimento era encampado pelo ex-ministro Carlos Ayres Britto, que se aposentou antes de ser julgado esse ponto do processo. E conta agora com o apoio de alguns ministros. A suspensão dos direitos políticos e o consequente afastamento do mandato superaria também a situação considerada es­­drúxula por alguns ministros: parlamentares que estariam cumprindo penas na cadeia poderiam votar projetos em votação no Congresso?

A impossibilidade física de parlamentares cumprirem seus mandatos é argumento aventado pelos defensores da cassação imediata dos mandatos, sem necessidade de votação prévia da Câmara. E terá de ser enfrentada pelos parlamentares que têm dúvidas sobre os efeitos da condenação sobre os mandatos.

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