Preocupado com o clima de insegurança jurídica causado pela briga pública entre dois ministros, o novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ayres Britto, convocou reunião interna, a se realizar até terça-feira, destinada a lavar roupa suja e preparar a corte para os julgamentos históricos previstos para este ano. Entre esses julgamentos está o processo do mensalão, em tramitação desde 2005 e o que contesta as cotas raciais das universidades, marcado para começar na próxima quarta-feira.
"O STF tem o dever de conferir segurança jurídica ao país, pois quando isso não ocorre, a República e a democracia ficam ameaçadas", afirmou o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante. "Que a pacificação chegue rápido porque há tempos duros pela frente", acrescentou o presidente da Associação de Magistrados Brasileiros (AMB), Nelson Calandra.
Acusado de ter "temperamento difícil" pelo ministro Cezar Peluso, o ministro Joaquim Barbosa retrucou em tom áspero. Chamou o colega de "ridículo", "brega", "corporativo". Mais grave: acusou o ex-presidente de manipular resultados de julgamentos.
O clima ficou pesado desde então. Britto será presidente por apenas sete meses, aposentando-se em novembro, ao fazer 70 anos. O próximo presidente será Barbosa, que deu mostras do seu pavio curto em brigas memoráveis com os dois últimos presidentes da casa Gilmar Mendes e Peluso.
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