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O corpo de Dom Luciano Mendes de Almeida está sendo velado nesta terça-feira no Santuário Nossa Senhora do Carmo, em Mariana, região central de Minas Gerais. O caixão deixou Belo Horizonte na noite de segunda-feira, num avião da Força Aérea Brasileira, após uma missa de corpo presente, seguindo para Ouro Preto. Milhares de fiéis lotaram a Praça Tiradentes na cerimônia de despedida. Depois de uma hora de celebração, o cortejo seguiu para Mariana, acompanhado pelos Dragões da Inconfidência, e o arcebispo recebeu várias homenagens no caminho.

Mariana parou para receber Dom Luciano. Na segunda à noite, os sinos das igrejas centenárias anunciaram a chegada do corpo. Uma missa foi celebrada na Praça Minas Gerais. Em procissão, padres carregaram o caixão até a Igreja do Carmo. Uma vigília de oração atravessou a madrugada.

Ainda nesta terça-feira, os sinos tocam a todo momento anunciando o luto. A primeira missa do dia foi celebrada às 7h e elas continuam sendo celebradas em intervalos de três horas. A última será às 22h. A Igreja de São Francisco está repleta de coroas de flores.

O corpo será enterrado nesta quarta, às 10h, na Cripta da Catedral da Sé, em Mariana, onde estão enterrados outros dez bispos que passaram pela cidade.

Nos últimos 18 anos, Dom Luciano Mendes de Almeida foi arcebispo de Mariana. Ele lutou pela preservação do patrimônio histórico, mas vai ficar na lembrança dos fiéis principalmente pela dedicação aos mais pobres. O arcebispo também foi presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Dom Luciano morreu neste domingo em São Paulo, aos 75 anos, vítima de câncer no fígado, após ficar internado desde 17 de julho . O governo de Minas Gerais decretou luto oficial de três dias.

Dom Luciano foi homenageado por padres jesuítas, com uma cerimônia realizada pelo padre João Roque Rohor, com a presença do arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor de Oliveira Azevedo, e do cardeal arcebispo emérito da capital, dom Serafim Fernandes de Araújo. Cerca de 500 pessoas estavam presentes, entre elas o bispo emérito de João Pessoa, dom José Maria Pires, os prefeitos de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, de Ouro Preto, Ângelo Osvaldo, e de Mariana, Celso Cota, o governador Aécio Neves, amigos de dom Luciano, membros de pastorais de rua, pastorais sociais e alunos das várias escolas de Teologia onde o arcebispo foi professor.

A assessoria de comunicação do governador confirmou sua presença para acompanhar a cerimônia de sepultamento. Além dele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai ao velório. A assessoria do Palácio do Planalto informou que o presidente deve chegar à cidade histórica na quarta-feira, pela manhã.

Ao lado da família

Dom Luciano morreu ao lado da família e dos amigos. Quando era bispo auxiliar de São Paulo, ele criou a Pastoral do Menor e promoveu obras sociais para ajudar viciados em drogas e idosos.

- Comigo, segurando minhas mãos, já na UTI, a última frase que eu ouvi dele foi ‘Deus é bom' - contou o irmão Cândido Mendes.

Conhecido por suas teses progressistas e adepto da Teologia da Libertação, Dom Luciano foi o primeiro jesuíta a sagrar-se bispo no Brasil - nomeado em 1976 pelo papa Paulo VI. Três anos depois, assumiu a secretaria geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) - da qual se tornaria presidente, de 1987 a 1994 - e passou a intermediar os interesses da Igreja com o governo federal e o Congresso.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a CNBB lamentaram a morte do arcebispo e destacaram sua dedicação aos pobres.

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