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Genu dividia 30% da propina do esquema com o doleito Alberto Youssef, segundo a denúncia do MPF. | Edson Santos/Agência Câmara
Genu dividia 30% da propina do esquema com o doleito Alberto Youssef, segundo a denúncia do MPF.| Foto: Edson Santos/Agência Câmara

A Justiça Federal do Paraná aceitou nesta terça-feira (28) denúncia contra o ex-assessor do PP João Claudio Genu e outros três acusados, que passam à condição de réus da Operação Lava Jato. Entre os crimes imputados pelo Ministério Público Federal (MPF) estão pertinência à organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

As acusações contra Claudia Genu, esposa do ex-assessor, e Jayme de Oliveira Filho, que atuaria como entregador de remessas de dinheiro, foram rejeitadas pelo juiz Sergio Moro. O magistrado considerou que as imputações contra Jayme podem ser abrangidas em sua condenação anterior na Lava Jato. Já a esposa de Genu não se tornou ré por falta de provas.

Beneficiário de propina

Conforme Moro destaca no despacho, Genu foi assessor do ex-deputado federal José Janene (PP), morto em 2010. Nessa condição, segundo a denúncia, ele teria participado dos crimes de corrupção praticados sobre contratos com a Petrobras, sendo beneficiário de parte da propina dirigida à Diretoria de Abastecimento da estatal e agentes do PP.

“Dos valores das propinas acertadas para a Diretoria de Abastecimento, o percentual de 5% caberia ao acusado João Cláudio Genu, enquanto era vivo José Janene. Posteriormente, passou a dividir 30% da propina com [o doleiro] Alberto Youssef”, descreve a denúncia. Entre 2007 e 2013, o então assessor teria recebido R$ 4,3 milhões, 125 mil euros e US$ 390 mil.

Os demais réus são os ex-funcionários de Youssef, Rafael Ângulo Lopes e Carlos Alexandre de Souza Rocha, que seriam responsáveis pelas entregas de remessas de dinheiro a Genu – ambos já são delatores da Lava Jato. Lucas Amorim Alves, sócio que teria auxiliado o ex-assessor no recebimento do dinheiro do esquema, também se tornou réu pelo crime de corrupção passiva.

Delação premiada

Há duas semanas, conforme informou o blog Delações Não Premiadas, a assessoria do advogado Marlus Arns de Oliveira, que defende Genu, confirmou que ele estuda firmar acordo de colaboração premiada. O ex-assessor foi preso preventivamente na 29.ª fase da Lava Jato, a operação Repescagem, no mês passado.

Genu já foi condenado no caso mensalão por corrupção e lavagem de dinheiro. Ele foi acusado de ter sacado mais de R$ 1 milhão do ‘valerioduto’ para entregar a parlamentares do PP. O ex-assessor pegou pena de 7 anos e 3 meses de prisão, mas houve prescrição quanto aos crimes. Posteriormente, ele acabou absolvido.

Procurada, a assessoria da defesa de Genu informou que só vai se manifestar quando for intimada da denúncia do MPF.

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