O juiz federal Sergio Moro acolheu nesta terça-feira (28) denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o presidente da construtora Odebrecht, Marcelo Odebrecht, o maior empreiteiro do país. Moro também aceitou a denúncia de outros 12 investigados por corrupção e lavagem de dinheiro pela Operação Lava Jato. Todos passam agora à condição de réus na ação penal que vai apurar a suspeita de crimes praticados por eles em esquema de corrupção na Petrobras.
Presidente da CPI mantém convocação de advogada de delatores
- Brasília
Apesar da pressão da OAB, o presidente da CPI da Petrobras, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), avisou que a convocação da advogada Beatriz Catta Preta está mantida e que seu depoimento será marcado “no momento certo”. O cronograma das oitivas de agosto será definido na próxima semana, quando termina o recesso parlamentar. “O nosso trabalho na CPI é um trabalho que diz respeito ao Congresso, à Câmara. A nós, cabe seguir o que o plenário decidiu, e o plenário decidiu convocar a Catta Preta para ela trazer de onde ela está recebendo seus honorários”, reforçou o peemedebista. Depois de condenar publicamente a convocação da defensora, que esteve à frente dos acordos de delação premiada dos principais personagens da Lava Jato, a OAB sugeriu que o juiz Sergio Moro vete o depoimento. O objetivo da convocação é que ela esclareça a origem de seus honorários. Na semana passada, Catta Preta renunciou à defesa do lobista Julio Camargo, de Pedro Barusco (ex-gerente da Petrobras) e do lobista Augusto Ribeiro de Mendonça. Nos bastidores, corre o rumor de que ele teria sido ameaçada.
Entre os réus estão outros cinco executivos ligados à Odebrecht – Márcio Faria da Silva, Rogério Araujo, César Ramos Rocha e Alexandrino de Salles Ramos de Alencar, Paulo Boghossian –, o doleiro Alberto Youssef, o suposto operador de propinas Bernardo Freiburghaus, os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e Renato Duque (Serviço), o ex-gerente de Engenharia estatal Pedro Barusco e o funcionário da companhia Celso Araripe D’Oliveira.
Essa é a primeira ação penal contra Marcelo Odebrecht, preso desde 19 de junho. A empreiteira nega envolvimento com o cartel instalado na Petrobras e o pagamento de propinas para agentes públicos. “O recebimento da denúncia pela Justiça representa o marco zero do trabalho das defesas. Com isso, as manifestações das defesas se darão nos autos dos processos”, diz nota da empresa.
A fase da Lava Jato que teve como alvos os executivos da Odebrecht e da Andrade Gutierrez é um desdobramento de outra etapa da operação, deflagrada em dezembro do ano passado. Na ocasião, foram denunciados nomes do primeiro pacote de investigados do núcleo empresarial do esquema de corrupção.
Na denúncia formulada à Justiça, o MPF pede que o presidente da Odebrecht responda em pelo menos seis frentes de acusações. Pesam sobre a Odebrecht indícios de crimes nos contratos de obras de construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco; do Complexo Petroquímico do Rio (Comperj); nas obras da sede da Petrobras em Vitória (ES); nos contratos de compra de nafta pela Braskem (controlada pela empreiteira); nos contratos de navios-sonda com a empresa Sete Brasil; pelo uso de doleiros e offshores em operações de dólar-cabo e movimentações em contas secretas; e por criar obstáculos às investigações da Lava Jato.
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