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O bicheiro José Carlos Monassa, presidente da escola de samba Unidos do Viradouro, morreu no começo da madrugada deste domingo. O anúncio foi feito durante a eliminatória de samba-enredo, na quadra da escola, em Niterói, Rio de Janeiro.

O bicheiro Monassa tinha 65 anos e enfrentava problemas de saúde há alguns anos. A causa da morte foi uma hemorragia provocada por uma úlcera estomacal. Ele passou mal em casa e foi socorrido no Hospital Santa Cruz, em Niterói, onde faleceu à 1h50m. O concurso de escolha do samba-enredo para 2006 foi suspenso após o anúncio da morte.

Ele controlava o jogo do bicho em Niterói e São Gonçalo. Em setembro de 1998, perdeu seu único filho homem, Pedro Leon Monassa Bessil, então com 28 anos, atropelado por um ônibus quando passeava de bicicleta. O rapaz era apontado como seu sucessor.

Apesar de integrar a cúpula do jogo, Monassa não estava no grupo de 14 bicheiros presos em maio de 1993 por crime de formação de quadrilha e bando armado, condenados a seis anos de prisão (pena depois reduzida à metade). Desse grupo, Castor de Andrade morreu em abril de 1997, de parada cardíaca. Seu filho, Paulinho de Andrade, foi assassinado em outubro de 1998, na Barra. Waldemir Paes Garcia, o Maninho, foi assassinado em setembro do ano passado, em Jacarepaguá. O pai, Waldemiro Garcia, o Miro, morreu um mês depois, de infecção generalizada.

Uma homenagem do Salgueiro a Miro e Maninho no carnaval deste ano - a exibição de suas imagens num telão, no último carro alegórico - causou polêmica. Para o Ministério Público, a homenagem representou apologia ao crime. Em 1998, a Mocidade já tinha homenageado o bicheiro Castor de Andrade na Sapucaí, no desfile do carnaval seguinte à sua morte.

Como presidente da Viradouro, Monassa foi campeão do carnaval de 1997, quando a escola apresentou o enredo "Big Bang. Trevas! Luz! A explosão do universo!", de Joãosinho Trinta, e sacudiu a Sapucaí com a batida funk da bateria de Mestre Jorjão.

A Viradouro se renovou para 2006. A escola contratou novos carnavalescos - Milton Cunha (ex-São Clemente, União da Ilha e Beija-Flor), Mario Monteiro (ex-Portela e Estácio de Sá, há dez anos afastado da Sapucaí) e Kaká Monteiro. O enredo do próximo carnaval, que se chama "Arquitetando folias", trata da história da arquitetura brasileira. A escola espera contar com a participação do arquiteto Oscar Niemeyer em seu desfile.

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