• Carregando...

Morreu nesta terça-feira (28), no Rio, Manoel Henrique Ferreira, que na época da ditadura participou do sequestro do embaixador alemão, Ehrenfried von Holleben, de outras ações armadas e da greve nacional dos presos políticos, conhecida como Greve dos 32 dias, a favor da anistia ampla e irrestrita.

Manoel Henrique nasceu em Uberlândia, Minas Gerais, e veio para o Rio ainda jovem. Fez parte da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR8). "Nos conhecemos na prisão. Ficamos seis anos juntos e passamos pela Fortaleza de Santa Cruz, Ilha Grande, Bangu e Frei Caneca", lembra Nelsinho Rodrigues, que era militante do MR8. "Como ele não tinha família no Rio, minha mãe meio que o adotou enquanto estávamos presos."

"Ele era doce. O conheci quando cheguei do exílio. Ele ainda estava na prisão e fui visitá-lo. O sequestro do embaixador alemão me libertou", diz Cid Benjamin, lembrando que 40 presos políticos foram soltos por conta do sequestro. "Nós continuamos mantendo contato. Jogávamos futebol juntos."

Sem ter sido beneficiado pela Lei de Anistia, Manoel Henrique saiu em condicional depois que a Lei de Segurança Nacional foi reformulada. Fora da prisão, ele e Nelsinho fundaram o bar Barbas, que deu origem ao bloco de carnaval homônimo. "Ele foi sócio gerente comigo. Levamos o Brizola duas vezes para participar de debate no Barbas. O Darcy Ribeiro também foi", lembra Nelsinho, dizendo que o amigo será homenageado neste carnaval.

Manoel Ferreira tinha uma doença degenerativa e estava internado. Ele era casado com Graça Lago, e tinha uma filha.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]