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Ditadura

Morte de Malhães pode ser latrocínio, diz polícia

Tenente-coronel que admitiu ter torturado e matado presos políticos foi encontrado morto na quinta-feira. Laudo aponta possível infarto

Enterro de Malhães: filhos não acompanham a investigação | Fernando Frazão/Agência Brasil
Enterro de Malhães: filhos não acompanham a investigação (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

O delegado William Pena Júnior, da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, afirmou ontem que a hipótese mais provável para a morte do tenente-coronel reformado do Exército Paulo Malhães é a de latrocínio (roubo seguido de assassinato). Júnior comandou o grupo de cerca de 20 policiais que permaneceram por quase duas horas no sítio do militar fazendo uma perícia complementar.

Malhães ficou conhecido nacionalmente no mês passado em função de seus depoimentos à Comissão Estadual da Verdade e à Comissão Nacional da Verdade em que admitiu ter torturado e matado presos políticos durante a ditadura militar. Por isso existe a hipótese de ele ter sido morto por vingança ou como queima de arquivo.

O delegado disse não reconhecer como documento a guia de sepultamento do militar, que mostra que as causas da morte foram edema pulmonar, isquemia de miocárdio e miocardiopatia hipertrófica. Isso, segundo peritos, mostraria que o coronel, que era cardíaco, teria infartado durante a ação dos bandidos. William afirmou que o laudo da perícia do corpo deve estar pronto em dez dias.

"A primeira hipótese é latrocínio, mas as outras hipóteses não estão sendo descartadas e serão estudadas", afirmou o delegado. Já se sabe que os bandidos usavam luvas, para evitar a coleta de impressões digitais, que poderiam ajudar na identificação deles. O corpo de Malhães foi encontrado no chão, de bruços, com a cabeça num travesseiro. Os criminosos levaram R$ 700, dois computadores, joias e armas.

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