Movimentos sociais e sindicais de todo o país, reunidos na Frente Brasil Popular, promovem hoje um ato nacional “Contra o golpe, em defesa da democracia”.
Em Curitiba, está previsto um café da manhã na frente da Justiça Federal e, às 18 horas, um protesto na Praça Santos Andrade.
A manifestação tem apoio do PT e, apesar de defender a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula, questiona políticas do governo e apresenta algumas reivindicações entre suas reivindicações. Os principais pontos de discórdia com o governo são a reforma da Previdência, o ajuste fiscal e mudanças em benefícios trabalhistas.
A convocatória para os atos também prevê a defesa do pré-sal. No fim de fevereiro, o governo negociou a aprovação de um substitutivo ao projeto nº 131/2015, de autoria do senador José Serra (PSDB-SP), que tira a obrigatoriedade da Petrobras em participar com 30% nos consórcios de exploração do pré-sal.
Os movimentos não fizeram previsão de público para os protestos.
“Divergências são normais”, diz pesquisadora
As divergências que existem entre os movimentos sociais e a gestão da presidente Dilma Rousseff (PT) são absolutamente normais, avalia a comunicadora social Kelly Prudencio, professora da UFPR. “Ela é vista como algo extraordinário porque estamos em um momento de fragilidade, mas é natural”, avalia.
Kelly, pesquisadora de movimentos sociais, diz que o que mais vê nos grupos são disputas internas. “Mas isso faz parte da própria constituição do debate público. Dar ênfase a essas fraturas na base social é um erro de interpretação, diz. A professora diz que o momento de polarização política é bastante propício a exacerbações de situações que possam prejudicar quem está no lado oposto.
“O fato é que o governo não é um balcão para atender 100% das demandas da sua base social, é preciso governar para todos”, afirma Kelly. Para ela, as situações da política nacional que vêm à tona mostram que é preciso debate as vantagens e desvantagens do governo de coalização. “Infelizmente estamos em um momento em que não há serenidade para as pessoas oferecerem bons argumentos”, pondera. (RF)
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