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Denúncias de falhas na malha ferroviária do Rio, principalmente falta de manutenção dos trilhos e na sinalização, resultaram em dois inquéritos (142/1 e 106/6) abertos pelo Ministério Público do estado. No entanto, embora um procedimento seja de 2001 e outro de 2006, as condições do sistema ainda apresentam riscos de acidentes, como o da colisão entre dois trens em Austin, na Baixada Fluminense, na quinta-feira (30), segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona da Central do Brasil.

"A rede aérea de alta tensão está cheia de gatilhos, com emendas de cabos velhos. Para fazer desvios e cruzamentos, usam trilhos sucateados, de ramais desativados, porque não tem material de reserva. Outro problema é a brita de má qualidade, que vira farelo com a chuva, fazendo com que a linha ceda, deixando os trilhos desnivelados e aumentando os riscos de descarrilamento", afirma o secretário-geral do sindicato, Pedro Ricardo de Oliveira Neto.

Sinalização automática ficou na promessa

Uma das maiores queixas dos ferroviários é quanto à sinalização. "No contrato da concessão, uma das exigências era que, entre 2001 e 2002, fosse instalado um sistema automático do tipo ATS, mas nada disso foi feito e também não foi cobrado", acrescenta Pedro.

O Controle Automático de Parada (ATS - Automatic Train Stop) é um sistema de sinalização que impede, automaticamente, um trem de prosseguir se ultrapassar os sinais que estão localizados ao longo da via ferroviária, quando estes estiverem vermelhos. São estes sinais que indicam a existência, ou não, de um trem à frente de outro, e impedem a aproximação demasiada de um trem em relação a outro.

Segundo a assessoria do MP, os processos ainda estão em andamento e em fase de apuração das questões técnicas que constam das denúncias.

Insegurança também para trabalhadores

O sindicato também encaminhou um relatório ao procurador Patrick Maia Merísia, do Ministério Público do Trabalho, denúncias de irregularidades, precariedades nas instalações e falta de segurança para os profissionais que trabalham no sistema. Entre as queixas eles apontam que as subestações ainda usam transformadores com óleo ascarel, substância cancerígena.

Outra reclamação é a de que os operadores do Centro de Controle Operacional (CCO), os controladores de tráfego, trabalham sob intensa pressão e estresse, exercendo a função de 36 horas em regime de rodízio de turno (quatro dias e seis horas e um pernoite de 12 horas) sem intervalos.

Nenhum funcionário da assessoria da concessionária SuperVia foi localizado para falar sobre o assunto.

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