• Carregando...
Néviton Guedes, da Procuradoria Eleitoral, ouviu ontem o depoimento do ex-servidor apontado como responsável pelo vazamento do vídeo | Priscila Forone/ Gazeta do Povo
Néviton Guedes, da Procuradoria Eleitoral, ouviu ontem o depoimento do ex-servidor apontado como responsável pelo vazamento do vídeo| Foto: Priscila Forone/ Gazeta do Povo

O Ministério Público Estadual do Paraná (MP-PR) informou ontem que abriu uma investigação para apurar as supostas irregularidades na campanha à reeleição do prefeito Beto Richa (PSDB), em 2008, envolvendo dissidentes do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB). A denúncia partiu de uma reportagem, publicada pela Gazeta do Povo no último domingo, que mostrou pelo menos 23 ex-candidados do PRTB recebendo dinheiro das mãos de Alexandre Gardolinski – coordenador do Comitê Lealdade, fundado pelos dissidentes da legenda em apoio a Beto Richa.

A suspeita é de que o apoio político tenha custado dinheiro não declarado à Justiça Eleitoral e cargos na prefeitura. O caso será investigado pela promotora Jaqueline Batisti, da Promotoria da 1ª Zona Eleitoral de Curitiba. "O procedimento investigatório foi instaurado a partir de informações veiculadas na imprensa e buscará verificar se houve emprego de recursos não contabilizados (caixa 2) e eventuais crimes eleitorais", disse o MP-PR em nota.

A primeira providência da promotoria será a requisição do vídeo em que os candidatos desistentes do PRTB aparecem recebendo dinheiro de Gardolinski. Depois disso, devem começar a ser ouvidos os envolvidos.

"A primeira coisa é avaliar uma suposta irregularidade e quem são os atores. Depois, saber a origem do dinheiro para, em seguida, tomar as providências cabíveis. Se houver indícios de caixa 2, o caso pode resultar num inquérito na Polícia Federal", explicou o promotor de Justiça Armando Antônio Sobreiro Neto, do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça Eleitorais do MP-PR.

O promotor disse ainda que vai compartilhar informações com a Procuradoria Regional Eleitoral, que desde a semana passada também investiga a denúncia. A assessoria da procuradoria informou que ontem o ex-servidor municipal Rodrigo Oriente, que trabalhou para o comitê de dissidentes e é apontado pela coordenação de campanha do PSDB como o autor do vídeo, prestou depoimento. Ele entregou documentos ao procurador Néviton Guedes. O procurador não quis falar com a reportagem sobre o caso.

Oriente disse à reportagem que apresntou denúncias de irregularidades cometidas durante a campanha para prefeito de Curitiba. "Os documentos que eu entreguei demonstram essas ilicitudes", disse. Oriente afirmou ter prestado depoimento "como cidadão, sem interesse político partidário, para contribuir com a transparência na política".

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]