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O Ministério Público Estadual (MPE) diz ter identificado os responsáveis nas gestões Marta Suplicy (PT) e José Serra (PSDB)/Gilberto Kassab (DEM) pelo recebimento de propina paga pela chamada máfia da merenda. Os suspeitos são dois secretários municipais, cujos nomes são mantidos sob sigilo. Um mapa da corrupção obtido pelos promotores e decifrado por uma testemunha foi o ponto de partida para a descoberta.

Ontem, uma força-tarefa formada por promotores, fiscais da Receita estadual e policiais civis cumpriu 21 mandados de busca e apreensão em três cidades paulistas - São Paulo, Sorocaba e Tietê - e quatro municípios mineiros - Belo Horizonte, Mariana, Varginha e Contagem. Dos 21 mandados expedidos pela Justiça, 16 foram cumpridos em Minas e cinco em São Paulo. Os alvos eram residências de executivos e as sedes de três empresas (SP Alimentação, J. Coan e Nutriplus) acusadas de integrar um cartel para fraudar licitações e corromper agentes públicos.

Segundo o MPE, o total da propina supostamente paga pelas empresas chega a R$ 300 milhões por ano. "Estamos diante de uma grande organização criminosa empresarial", afirmou o promotor Arthur Pinto de Lemos Júnior, do Grupo de Atuação Especial de Repressão à Formação de Cartel e à Lavagem de Dinheiro (Gedec). "Nosso compromisso é desmantelar esse esquema." Estão na mira do MPE contratos para o fornecimento de merenda firmados em 30 municípios paulistas.

Os valores da propina, segundo o MPE, variavam de 5% a 15% do valor do contrato. O dinheiro era sacado na boca do caixa e entregue em espécie aos agentes públicos. Para elevar os lucros, as fornecedoras ainda superfaturavam o valor dos contratos e inflavam as medições dos serviços. "Os maiores prejudicados eram os alunos, que além de tudo recebiam comida de baixa qualidade nutricional e até vencida", assinala o promotor Silvio Antonio Marques, da Promotoria do Patrimônio Público e Social da capital.

Procurada, a SP Alimentação negou as acusações e não quis manifestar-se sobre as buscas. Em nota, a Nutriplus negou ter praticado irregularidades. Assinala que não é citada no pedido que deu base aos mandados de busca e apreensão e não mantém ou manteve contato com as pessoas envolvidas no suposto esquema. Nenhum representante da J. Coan foi localizado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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