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“O laboratório vai permitir o cruzamento dessas informações [quebras de sigilo, por exemplo] de forma mais rápida.”Ricardo Saadi, diretor do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça, órgão parceiro do MP | Marcello Casal Jr./ABr
“O laboratório vai permitir o cruzamento dessas informações [quebras de sigilo, por exemplo] de forma mais rápida.”Ricardo Saadi, diretor do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça, órgão parceiro do MP| Foto: Marcello Casal Jr./ABr

O Ministério Público Estadual (MP) vai inaugurar hoje, em parceria com o Ministério da Justiça, o primeiro Laboratório de Tecno­­­logia contra Lavagem de Dinheiro do Paraná. Com o objetivo de atuar no combate à corrupção e ao crime organizado, a unidade trabalhará com diversos sistemas de informática integrados para permitir o cruzamento de informações de forma mais rápida e eficiente do que ocor­­­re hoje. Em São Paulo, por exemplo, o laboratório já conseguiu bons resultados no combate à facção criminosa Primeiro Coman­­do da Capital (PCC).

Com a unidade paranaense, serão 15 laboratórios pelo país, distribuídos em oito estados. A ação faz parte da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (Enccla), que reúne órgãos do poder público e da sociedade civil, e é coordenada pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) do Ministério da Justiça. Em geral, cada laboratório conta com computadores e softwares de alta tecnologia, que são usados no cruzamento e análise de dados fiscais, bancários e telefônicos de quadrilhas especializadas em desvio de dinheiro.

Segundo Ricardo Saadi, diretor do DRCI, o laboratório não trará informações novas às investigações, mas vai melhorar a análise das que já existem. Ele explica que, ao utilizar os sistemas de computação de maneira conjunta, a unidade permitirá a obtenção de dados que dificilmente seriam conseguidos com o modelo de trabalho atual das investigações do MP.

"Em geral, quando a autoridade recebe uma quebra de sigilo bancário, fiscal ou telefônico, ela simplesmente transfere os dados para uma planilha de Excel ou de algum software para analisá-lo", afirma Saadi. "Agora, usando em conjunto os mais diversos softwares, o laboratório vai permitir o cruzamento dessas informações de forma mais ampla, efetiva e rápida. Isso será fundamental para rastrear o dinheiro e fazer mais bloqueio de bens e contas bancárias."

Saadi cita como exemplo de sucesso do laboratório uma das diversas investigações sobre a atuação do PCC em São Paulo. Segundo ele, com base em dados bancários de laranjas e familiares dos criminosos, uma das unidades instaladas no estado conseguiu mostrar como funcionava a contabilidade da quadrilha; como e onde era arrecadado o dinheiro; e de que forma os recursos eram gastos e distribuídos. "Da forma convencional, demoraria muito mais tempo e dificilmente chegaríamos a essa profundidade de informações", diz.

"A junção de tecnologia, com equipe especializada e capacitação adequada cria uma poderosa ferramenta no combate a crimes complexos e torna o processamento das informações muito mais ágil à disposição do MP", comemora o procurador de Justiça Alfredo Baki, que vai coordenar o laboratório do Paraná.

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