MP pede bloqueio de outras comunidades do Orkut

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O promotor de Justiça de Canhotinho, Alexandre Bezerra, vai solicitar a extensão do bloqueio de mais comunidades no site de relacionamentos Orkut, nesta sexta-feira. O acesso ao site foi bloqueado para os usuários da cidade do interior de Pernambuco, na quinta, após denúncia do Ministério Público de que fotos e ofensas morais contra mulheres e adolescentes do município estavam sendo publicadas na web.

De acordo com o MP, foram publicadas fotos não autorizadas das vítimas e mensagens pornográficas que as difamavam. Baseado na denúncia, o juiz de Canhotinho, Marcos Vinícius, expediu uma liminar que determina a retirada das fotos e das informações pessoais dos moradores da cidade e ainda a entrada da Polícia Federal, que irá investigar o caso e tentar identificar os autores das agressões.

Segundo a avó de uma adolescente de 14 anos, que teve sua foto divulgada no site, a menina ficou bastante abalada e passou quatro dias sem sair de casa com vergonha das informações veiculadas sobre ela.

O promotor Alexandre Bezerra determinou também a identificação de pessoas que freqüentam as quatro lan houses da cidade. Nesses estabelecimentos, é possível acessar a web mediante pagamento. As famílias das pessoas que tiveram as fotos expostas no Orkut foram orientadas pelo promotor para entrarem com ações na Justiça contra o site.

Em maio do ano passado, outra denúncia envolveu o Orkut em Pernambuco, dessa vez em Escada. Várias autoridades da cidade, como vereadores, promotores, policiais, juiz e até o padre tiveram seus nomes envolvidos em calúnias e boatos numa comunidade do site de relacionamentos.

O delegado da cidade, Tadeu Carvalho, informa que o inquérito está parado. Ele chegou a contar com a colaboração da PF para tentar rastrear o autor das mensagens difamatórias, mas não foi possível identificá-lo. A comunidade onde as mensagens foram publicadas continua no ar, segundo o policial, mas o autor teria parado de atualizá-la. O delegado informa que 16 pessoas foram ouvidas durante o inquérito. No mês de abril, o volume deve ser encaminhado à Justiça e ao Ministério Público.Fofocas no Orkut fazem vítimas em Minas

Fofocas e fotos não autorizadas levaram a Justiça a intervir no Orkut também na cidade de Jacutinga, no Sul de Minas Gerais. Uma ordem judicial determinou a retirada do ar da comunidade "Fofocas de Jacutinga", que alterou a rotina da cidade, de 25 mil habitantes.

Entre as pesquisas anônimas, estão grupos listados como "os viciados da cidade", "os traídos", com nomes de dezenas de pessoas. As acusações e enquetes que difamaram a imagem de moradores causaram muitas brigas e discussões.

O juiz Márcio José Tricote entrou com uma liminar determinando que a empresa Google Brasil Internet Ltda, administradora do site, retire a comunidade do ar. Caso a decisão não fosse cumprida, a empresa teria que pagar uma multa diária de R$ 2 mil.

O prazo venceu na quarta-feira e até agora a página da comunidade continua no ar. O juiz não quis fazer nenhuma declaração, afirmando que o caso continua sendo julgado.