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Linha de trem metropolitano: denúncia de cartel já envolve 34 executivos de várias multinacionais | Paulo Whitaker/Reuters
Linha de trem metropolitano: denúncia de cartel já envolve 34 executivos de várias multinacionais| Foto: Paulo Whitaker/Reuters

O Ministério Público Esta­dual de São Paulo (MP-SP) incluiu mais quatro executivos da multinacional espanhola CAF na acusação contra o cartel que atuou na reforma de trens da Com­panhia Pau­lista de Trens Metro­politanos (CPTM), no período de 2001 a 2013, em sucessivos governos do PSDB. Eles são acusados de formação de cartel e fraude em licitação para reforma de trens. Três dos executivos são brasileiros e um é espanhol. O estrangeiro não vive mais no Brasil.

A denúncia inicial havia sido apresentada em março à Justiça e tinha como alvo 30 executivos de multinacionais como a alemã Siemens, a francesa Alstom e a canadense Bombardier. Só um executivo da CAF aparecia na acusação de março. O MP informou, em março, que houve fraude em 11 contratos no valor de R$ 2,8 bilhões. Na denúncia inicial, o promotor estima que o cartel provocou um prejuízo de R$ 834 milhões ao governo paulista.

A inclusão dos quatro executivos foi feita a partir de documentos apreendidos, na sede da CAF, em São Paulo, em junho do ano passado, numa operação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão do governo federal de defesa da concorrência. A busca foi feita após acordo da Siemens com o Cade, no qual a multinacional alemã delatou que ela e outras empresas combinavam preços em concorrências do Metrô e da CPTM, entre outras licitações. A Siemens acusou a si mesma e a outras empresas para escapar de eventuais punições por formação de cartel.

Os quatro executivos da CAF não haviam sido incluídos na denúncia original porque o MP-SP estava analisando os documentos apreendidos e ouvindo as alegações dos suspeitos. "Pela documentação ficou muito evidente que os quatro executivos participaram ativamente do cartel. Eles trocavam planilhas com outras empresas, para acertar os preços que iriam ofertar na licitação", disse o promotor Marcelo Mendroni.

Outro lado

Procurada pela reportagem, a CAF não se pronunciou até o fechamento da edição. A CPTM informou que está colaborando com a investigação em todos os níveis e afirma ter interesse na apuração dos fatos.

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