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Olympio Sotto Maior, do MP, e Rossoni: relações estremecidas. | Nani Gois/Alep
Olympio Sotto Maior, do MP, e Rossoni: relações estremecidas.| Foto: Nani Gois/Alep

Cronologia

Entenda o "caso Daru" desde o seu início:

11 de fevereiro – Hellena Luiza Valle Daru envia carta à Receita Federal em que afirma nunca ter recebido salários da Assembleia Legislativa e jamais ter mantido "laços laborais" com a Casa.

29 de abril – A Gazeta do Povo mostra a suspeita de que Hellena era funcionária fantasma no gabinete do deputado Valdir Rossoni entre 2003 e 2005 e o Legislativo teria depositado durante o período de dois anos e meio R$ 331,5 mil em salários numa conta do banco Itaú, cujo titular ainda não foi identificado. O filho dela, Altair Carlos Daru, é demitido no dia anterior do cargo de diretor -administrativo da Assembleia.

2 de maio – O Ministério Público do Paraná abre investigação e Rossoni vai à procuradoria entregar documentos referentes ao caso.

Presidente fala em ação de "forças contrárias"

Ao se defender da acusação de que manteve Hellena Luiza Valle Daru como funcionária fantasma de seu gabinete entre 2003 e 2005, Valdir Rossoni (PSDB) disse que está sofrendo a pressão de "forças contrárias" insatisfeitas com sua gestão na presidência da Assembleia Legislativa. O tucano disse, inclusive, que ex-funcionários seus na Casa estariam recebendo ofertas em dinheiro para afirmar que teriam sido fantasmas do gabinete dele.

Leia matéria completa

O Ministério Público do Paraná (MP) começou a investigar ontem a denúncia de que Hellena Luiza Valle Daru – mãe de Altair Carlos Daru, ex-diretor -administrativo da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) – era funcionária "fantasma" no gabinete do atual presidente do Legislativo, o deputado Valdir Rossoni (PSDB). A abertura da investigação foi confirmada pelo procurador-geral de Justiça, Olympio Sá Sotto Maior. O presidente do Legislativo foi ontem ao MP para se reunir com Sotto Maior e entregar documentos. Rossoni disse ser vítima de um "bombardeio" comandado por descontentes com as mudanças implantadas pela sua gestão na As­­sembleia (leia ao lado).

O grupo de procuradores que compõem a assessoria de gabinete do procurador-geral será responsável por conduzir a investigação do "caso Daru". Porém, todo o trabalho terá a supervisão do procurador-geral, já que constitucionalmente ele é o único que pode investigar o presidente da Assembleia Legislativa. "Todos estão sujeitos a ser investigados pelo Ministério Público", afirmou Sotto Maior.

Rossoni declarou que levou os documentos ontem ao MP por acreditar que uma investigação da própria Assembleia levantaria suspeita de corporativismo. Porém, negou qualquer irregularidade. O presidente da Assem­­­bleia falou que não contratou Hellena Daru nem pediu a sua exoneração. Segundo ele, não existe documentação que mostre, por exemplo, a demissão dela.

A suspeita de que Hellena Daru era funcionária fantasma da Assembleia surgiu depois de ela enviar uma carta, em fevereiro deste ano, à Receita Federal (RF). Na carta. Hellena afirma que nunca esteve na Assembleia e que não recebeu salário da Casa. Porém, os auditores do Fisco têm documentos que indicam que Hellena esteve registrada como funcionária do gabinete de Rossoni entre janeiro de 2003 e junho de 2005.

Ainda segundo a Receita, o Legislativo teria depositado durante o período de dois anos e meio R$ 331,5 mil em salários numa conta do banco Itaú – o titular da conta ainda não foi identificado. "Eu não tenho nada com isso, não recebi dinheiro, não trabalhei lá, não tenho parte com isso", declarou Helle­­na em entrevista à Gazeta do Povo na semana passada.

Hellena é mãe de Altair Daru, funcionário de confiança do deputado Valdir Rossoni e que trabalhou com o parlamentar por cerca de 20 anos. Porém, na semana passada, Altair Daru foi demitido do cargo de diretor administrativo da Alep por causa da denúncia.

MPF

O Ministério Público Federal também pode investigar o "caso Daru". O procurador da República em Curitiba Deltan Martinazzo Dallagnol disse que a documentação obtida pela Receita Federal está "em análise". Ele deve decidir nos próximos dias se também abre um procedimento de investigação ou se remete o material ao Ministério Público do Paraná, para ser anexado à investigação já aberta ontem pelo procurador-geral.

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