
A Procuradoria da República no Distrito Federal abriu uma investigação formal contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por tráfico de influência internacional. A suspeita é de que a empreiteira Odebrecht teria obtido vantagens com agentes públicos de outros países por meio da influência de Lula, entre os anos de 2011 e 2014.
A Odebrecht teria ainda obtido os contratos por meio da liberação de empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para tocar obras no exterior. O BNDES é controlado pelo governo brasileiro e a suspeita é de que Lula também teria feito tráfico de influência no banco em favor da Odebrecht.
Conexão Lava Jato
A Odebrecht é uma das empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato. Mas o caso de Lula não fará parte diretamente desta investigação, que está sendo conduzida a partir de Curitiba. Porém, na portaria em que instaura a apuração contra Lula, datada do último dia 8, o procurador Valtan Timbó Martins Mendes Furtado solicita que a força-tarefa da Lava Jato no Paraná compartilhe todos os documentos de obras realizadas pela Odebrecht no exterior com recursos do BNDES ou que tenham alguma relação com Lula.
Mendes Furtado também requer extratos bancários de depósitos da Odebrecht para o Instituto Lula e para a empresa LILS (por meio do qual o ex-presidente recebe pagamentos para participar de eventos).
A informação de que Lula poderia ser formalmente investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) havia sido revelada em abril pela revista Época. Segundo documentos a que a revista teve acesso, de uma investigação preliminar, a atuação de Lula era para influenciar agentes públicos dos governos da República Dominicana, de Cuba e de países africanos para fecharem contratos com a Odebrecht.
Um dos indícios de que Lula teria recebido vantagens indevidas é que a Odebrecht teria pago despesas de voos do ex-presidente mesmo não sendo viagens de trabalho dele para a empreiteira. No documento do voo, está registrado como “passageiro principal: voo completamente sigiloso.”
Recentemente, também foi revelado que o ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Alexandrino Alencar acompanhou Lula em uma viagem que incluiu Cuba, República Dominicana e Estados Unidos, em janeiro de 2013.



