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caiu em contradição

MPF pede primeira quebra de acordo de colaboração premiada da Lava Jato

Lobista Fernando Moura teria entrado em contradição durante interrogatório na Justiça Federal

Fernando Moura prestou depoimento no dia 22 de janeiro. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Fernando Moura prestou depoimento no dia 22 de janeiro. (Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo)

O Ministério Público Federal pediu nesta quinta-feira (7) a quebra do acordo de colaboração premiada firmado com o lobista Fernando Moura.

Essa é a primeira vez que os procuradores pedem a quebra de um acordo referente à Lava Jato.

O MPF alega que o colaborador entrou em contradição ao afirmar, durante o interrogatório na Justiça Federal, que José Dirceu não teve participação em sua decisão de mudar de país na época do escândalo do mensalão. O colaborador teria dito o contrário em seus depoimentos em regime de colaboração.

O MPF chegou a pedir que Moura fosse interrogado novamente por causa da contradição. Durante interrogatório no dia 22 de janeiro Moura fez afirmações que favoreciam o ex-ministro José Dirceu.

Ele mudou sua versão sobre suposta orientação de Dirceu para que ele deixasse o país no auge do mensalão e disse que o responsável pelas indicações do PT para a Petrobras era Silvio Pereira, ex-secretário-geral do partido, preso na deflagração da Operação Carbono 14. O delator afirmou, ainda, que nunca participou do repasse de valores para Dirceu. “Nada. Eu nunca negociei com o Zé, direto, de dinheiro, de nada”, disse Moura ao juiz.

Uma semana depois, Moura foi ouvido pelos procuradores e afirmou ter mentido para o juiz.

Para justificar a contradição, o delator disse ter se sentido vítima de uma “ameaça velada”. “Saí do despachante, uma pessoa me abordou: Oi, tudo bem? Como estão seus netos no Sul. Fiquei completamente transtornado”, afirmou Moura, que chegou a cogitar mudar todo o seu depoimento, mas não citou nomes.

No pedido da quebra do acordo, o MPF afirma que foram feitas diligências no local apontado por Fernando Moura e “não foram encontrados registros condizentes com a narrativa do colaborador”.

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