• Carregando...

No rebuliço que se seguiu ao arrocho nas alianças imposto pelo TSE, chamou a atenção a apatia do PSDB. A decisão de manter a convenção que vai oficializar a candidatura Alckmin neste domingo, quando até o PMDB, em raro consenso, adiou a definição de seu destino, foi recebida com perplexidade pelo PFL, que não descarta abandonar o barco. "Se acontecer, será divórcio amigável. Eles entenderão que a alternativa é o suicídio", diz um dirigente pefelista. Outro motivo de espanto foi a primeira declaração do presidenciável, que chegou a elogiar o TSE porque a decisão levaria o PPS a aderir à aliança. "Ainda não entenderam a gravidade da situação e o risco de isolamento que correm", advertiu um senador do PFL.

Vida... – A novidade do TSE reduz drasticamente o valor de mercado de partidos médios como PTB, PL e PP nos estados. Hoje, eles têm a oferecer tempo de tevê. Em troca, um partido maior alavanca o desempenho dessas siglas na chapa proporcional. ...ou morte – Se confirmada a interpretação do ministro Marco Aurélio, o tempo de tevê será negociado diretamente no balcão federal. Com menos chance de se aliar a um partido robusto, cresce o risco de as siglas médias não cumprirem a cláusula de barreira. Atração – Deputados do PL procuraram ontem líderes do PT para dizer que, com a decisão do TSE, o partido tende a integrar formalmente a aliança de Lula, o que antes era hipótese quase descartada. Feeling – Pivô da bagunça nas alianças, o ministro Marco Aurélio de Mello acha que o PMDB também apoiará Lula, com Nelson Jobim na vice. Causa e efeito – Do deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), sobre o tsunami promovido nas regras eleitorais: "É o preço que paga um Poder que se avilta. O Congresso Nacional assiste ao TSE legislar a quatro dias das convenções partidárias". Micão – A tática do "chapão", em que caciques como Antônio Carlos Magalhães e Jarbas Vasconcelos apóiam candidatos de vários partidos para, depois das eleições, uni-los numa aliança, ruiu com a nova resolução do TSE. Foi além – Na avaliação dos grandes partidos, Marco Aurélio avançou o sinal ao pontificar o que pode e o que não pode nas alianças. Os dirigentes acham que a interpretação do ministro não é a mesma da maioria no tribunal.

Tenha piedade 1 – Reunidos com Lula, líderes aliados tentaram mostrar ao presidente que, enquanto ele surfa nas pesquisas, deputados da base correm o risco de não se reeleger, graças ao efeito combinado de mensalão, sanguessuga e outros escândalos. Tenha piedade 2 – Um dos líderes presentes à reunião fez pouco dos estragos causados pelo MLST na Câmara: "Companheiro, pior foi a decisão do Marco Aurélio", disse a um auxiliar de Lula. Prova – Por determinação da direção da Casa, a TV Câmara registrou o passo a passo da prisão e do período em que os sem-terra ficaram no ginásio Nílson Nelson. A ordem foi uma estratégia para evitar posteriores queixas de maus-tratos por parte do MLST. Desde criancinha – Bruno Maranhão, líder do MLST, é amigo de infância do coordenador da campanha de Alckmin, Sérgio Guerra. Quando ainda não tinha abdicado da fortuna da família de usineiros, era conhecido por se meter em brigas em festas da sociedade pernambucana.

Padrinho – Zulaiê Cobra (PSDB- SP) pediu pressa na restauração do busto de Mário Covas, danificado na invasão ao Congresso. Em 2001, a deputada pagou do próprio bolso a homenagem em bronze ao governador. A Câmara vai fazer uma solenidade para recolocar o busto no lugar.

TIROTEIO

* Da senadora Roseana Sarney (PFL), pré-candidata ao governo do Maranhão, sobre a nova interpretação do TSE para as regras que balizam as alianças partidárias:

– Aprovamos o fim da verticalização, mas a decisão não pôde valer pois mudaria a regra a menos de um ano da eleição. Qual o sentido de recrudescer agora algo que já foi revogado.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]