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Em sua primeira reunião com o secretariado após o início das denúncias sobre um supostos esquema de corrupção em seu governo, o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), anunciou a antecipação do pagamento do salário de dezembro aos servidores e o pagamento em parcela única da gratificação por "risco de vida" aos policiais militares e bombeiros.

A antecipação salarial dos funcionários do Distrito Federal, entretanto, não é novidade. Nos anos anteriores, o governo já tinha adotado o pagamento antecipado. Com isso, os salários de cerca de 45 mil funcionários deve ser depositado nesta sexta-feira (18). O objetivo é injetar na economia local R$ 193 milhões para as compras de Natal.

Em nota divulgada após o fim da reunião, o governo destaca, porém, que os servidores da Saúde, Educação e Segurança vão receber seus salários somente em 5 de janeiro, uma vez que grande parte dos recursos para essas áreas vêm da União.

Já o pagamento da gratificação a PMs e bombeiros já estava acertado desde que o novo plano de cargos e salários da categoria foi sancionado, no mês passado. Segundo o governo, 27 mil militares serão beneficiados, com um total de R$ 55 milhões a serem distribuídos entre eles.

Oas bombeiros e policiais têm apoiado o governador em manifestações públicas. Na semana passada, os policiais e bombeiros fora de serviço quase entraram em choque com manifestantes que haviam tomada a Câmara Legislativa dio Distrito Federal durante a desocupação da Casa.

Agenda retomada

A retomada da agenda oficial de Arruda se deu nesta tarde por meio de uma reunião com todo o secretariado, no centro administrativo do governo, em Taguatinga (a 20 km de Brasília). Estiveram reunidos com o governador os 22 secretários –dos quais 13 são novos na função.

Desde o começo do escândalo do mensalão do DEM, houve uma série de exonerações nos cargos de primeiro escalão do governo. O governador é citado em inquérito do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em que é apontado como o comandante de um esquema de distribuição de propina. No dia 27 de novembro, a Polícia Federal deflagrou a operação Caixa de Pandora, que apontou o suposto envolvimento de Arruda com o pagamento de propina a deputados distritais e aliados.

Antes do escândalo e da divulgação de um vídeo em que aparece recebendo dinheiro do ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa, Arruda costumava comparecer a grande parte das ações do governo do Distrito Federal (GDF). Depois da operação da Polícia Federal, há pouco mais de duas semanas, o governador ainda não compareceu a nenhum ato público.

Durval Barbosa foi o responsável pelas denúncias apresentadas contra Arruda, secretários de governo e deputados distritais. Ele teria revelado tudo o que sabia ao Ministério Público e apresentado vídeos em troca da delação premiada em processos a que responde na Justiça. Durval havia exercido cargos de confiança ao longo do mandato do ex-governador Joaquim Roriz, que faz oposição ao governo Arruda.

Na última quinta-feira (10), o governador disse que iria se dedicar "inteiramente à tarefa de cumprir, como governador, todos os compromissos e metas assumidos no programa de governo", uma vez que sua saída do DEM, anunciada no mesmo dia, o deixou sem legenda para concorrer à reeleição em 2010.

"Quero, agora, me dedicar às questões administrativas do governo, livre para fazer minhas opções. Assim, sem o clima passional que marca este momento, quero me dedicar inteiramente a trabalhar por Brasília, defender a minha honra e o mandato de governador que me foi outorgado pela vontade popular", destacou Arruda, em pronunciamento divulgado à imprensa no dia 10.

Exonerações

Desde os primeiros sinais da crise no GDF, 12 membros de primeiro escalão do governo pediram exoneração, um foi exonerado – o ex-secretário Durval Barbosa – e outros quatro, afastados temporariamente dos cargos que ocupavam, após terem sido citados no inquérito que investiga o esquema de pagamento de propina.

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