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Governo terá dificuldades em votações antes da instalação da comissão do impeachment. | Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil/Fotos Públicas
Governo terá dificuldades em votações antes da instalação da comissão do impeachment.| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil/Fotos Públicas

A dificuldade para encaminhar qualquer matéria no plenário da Câmara dos Deputados parece ter atingido seu ponto máximo.

De um lado, a oposição coloca em prática o plano de obstruir a pauta até a instalação da comissão especial do impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT).

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Na terça-feira (8), um grupo de lideranças da oposição nem mesmo permaneceu em plenário. No meio da tarde, seguiram a pé para o Supremo Tribunal Federal (STF), prédio vizinho, de mãos dadas e aos gritos de “fora Dilma”, para cobrar celeridade no julgamento dos embargos de declaração sobre os ritos do impeachment.

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PSol e Rede Sustentabilidade também defendem a obstrução, mas por outro motivo. Na semana passada, tinham combinado a estratégia, junto com legendas como PSDB, DEM e PPS, mas em protesto contra a permanência de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no comando da Casa.

“A oposição de direita é pendular. Se o impeachment esfria, cobram a saída de Cunha. Se o impeachment esquenta, esquecem Cunha”, diz o líder da bancada do PSol, Ivan Valente (SP), bastante irritado.

Mas, dependendo da matéria incluída na pauta, nem mesmo a frágil base aliada arrisca participar de votações. O vice-líder do governo, Silvio Costa (PTdoB-PE), admitiu que a ordem na terça-feira (8) era fugir do plenário, para evitar a votação do decreto legislativo 315, de autoria do deputado federal Esperidião Amin (PP-SC), que trata das dívidas dos estados.

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“É uma proposta que aumenta em R$ 300 bilhões o prejuízo da União. O governo federal já está negociando as dívidas com os governadores e eles estão próximos de um entendimento”, justifica ele.

No meio do furacão, parlamentares ainda tentavam emplacar pautas alheias à guerra que se instalou na Casa. “Quem está morrendo de câncer, não pode parar para esperar o impeachment”, critica Marcelo Aro (PHS-MG), vice-líder do bloco formado por PP, PTB, PSC e PHS, em referência ao projeto de lei que disciplina o acesso à fosfoetanolamina, medicamento usado no combate à doença.

Integrantes da base aliada garantem que também têm pressa por um desfecho sobre o tema do impeachment, a despeito do desgaste da presidente Dilma após a delação do senador Delcídio do Amaral (PT-MS). Nos cálculos do Planalto, a oposição ainda não teria os 342 votos necessários para respaldar o processo de impeachment.

Aliados admitem, contudo, que estão atentos à movimentação da semana, e com temor dos desdobramentos das manifestações de rua do domingo (13).

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