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Os advogados de defesa de Carla Cepollina, namorada do coronel Ubiratan Guimarães, assassinado no último dia 9, entraram nesta segunda-feira com um pedido de habeas corpus preventivo no Tribunal de Justiça de São Paulo. No pedido, a advogada Liliana Prinzivalli, que é mãe de Carla, alega ameaça de violência e coação ilegal.

Se a medida for aceita, evitará que Carla seja presa, caso venha a ser indiciada pelo crime. A decisão caberá ao desembargador José Orestes Souza Néri, da 9ª Câmara Criminal, que deve divulgar seu parecer nesta terça-feira.

Carla está sendo apontada como uma das principais suspeitas do crime. Nesta segunda-feira, ela voltou a alegar inocência e a rebater as críticas feitas pelos filhos da vítima. A advogada reiterou que tinha um relacionamento estável com Ubiratan, que também era deputado estadual e candidato à reeleição . Ela argumentou que os herdeiros do coronel não teriam conhecimento da rotina e da vida política do pai. No sábado passado, ela já havia divulgado uma carta declarando que está sendo desrespeitada e difamada .

Em uma entrevista exclusiva, publicada no Diário de S. Paulo de domingo, os três filhos do coronel, Fabrício, Diogo e Rodrigo , relataram que Ubiratan já estaria separado de Carla havia sete ou oito meses, em função de "divergência de interesses".

- Os filhos, em depoimentos, negam o relacionamento, declaram inverdades, quero crer que talvez na ânsia de achar um culpado - rebateu a advogada.

Em resposta a declarações dos rapazes dando conta de que Carla - uma desequilibrada, segundo eles - era tratada como ex-namorada, ela acrescentou:

- Apresento provas: fatos, fotos, depoimentos, lugares e notas fiscais que atestam que meu relacionamento com o Ubiratan era sólido e constante - diz Carla na carta.

Para expor uma proximidade recente com o deputado nos últimos tempos, Carla cita o fato de, um dia antes do assassinato, ter visitado uma funcionária do coronel que ganhara um bebê. Também relembrou momentos em que esteve com os filhos há menos de sete meses.

- Ao contrário do que ele (Diogo) afirma, ele jantou comigo, o pai, a namorada (dele) e a família da mãe na ocasião de seu aniversário, em março, em uma cantina de Higienópolis. Eu estava no quarto do Incor, como acompanhante do pai, na noite do dia 22 de maio, quando o Ubiratan esteve internado para um procedimento médico - completou a advogada.

Carla Cepollina relatou que sempre teve bom relacionamento com os filhos do coronel.

- Eles me deram até presente de Natal - declarou.

Ela também enfatizou que passou férias na praia com os três filhos duas vezes.

- Tenho fotos dos meninos em festa na minha casa - completou.

Os filhos, os quais acreditam que Carla seria autora do homicídio, também revelaram que o pai se empolgou após iniciar um relacionamento amoroso com a delegada federal Renata Madi. Em nota, a delegada diz que apenas era amiga do deputado.

- Nesse momento (em que o coronel se aproximou de Renata), ela (Carla) percebeu que tinha perdido terreno - afirmou Diogo.

Carla, que diz estar sendo perseguida e vítima de um plano sórdido para incriminá-la, supõe que os jovens não sabiam detalhes da vida do pai.

- Os filhos demonstram não ter conhecimento da rotina e da vida política do pai na mesma profundidade que eu, que, como namorada, convivia diariamente com ele - escreveu.

Carla não era apenas namorada do coronel. Ela era também funcionária dele na Assembléia Legislativa de São Paulo . Carla recebia por mês R$ 5.254,73 com o cargo de secretária parlamentar. Nesta segunda-feira, Carla deve prestar um novo depoimento no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Será o quarto em uma semana. Em um depoimento informal à polícia, na segunda-feira passada, ela confirmou que discutiu com o coronel no dia do assassinato.

A polícia disse que está muito perto de solucionar o caso, mas está atrás de mais provas. No fim de semana, policiais estiveram em uma cidade do vale Paraíba. Eles retiraram de uma árvore dois projéteis que teriam sido disparados pela mesma arma que matou o coronel. Os projéteis serão comparados à bala que alvejou o abdômen de Ubirantan. A polícia também começa a analisar as ligações feitas pelos telefones que tiveram sigilo quebrado pela Justiça.

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