Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Interior de SP

Não há indícios contra prefeito de Campinas, diz defesa

Na defesa, advogado indica 20 testemunhas, entre as quais estão os ministros Carlos Lupi e Orlando Silva

O advogado Alberto Luis Mendonça Rollo, responsável pela apresentação da defesa do prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos (PDT), o Dr. Hélio, para a Comissão Processante (CP) da Câmara de Vereadores - que investiga supostas irregularidades na administração e pode culminar em um pedido de impeachment do pedetista - sustenta a tese de que a denúncia do Legislativo é inepta por falta de provas.

O advogado entregou a defesa ontem, dois dias antes do prazo final, e afirmou, baseado em documentos da Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo, que não há indícios de envolvimento de seu cliente na organização criminosa investigada pelo Ministério Público por corrupção, fraudes em licitações e desvios de recursos públicos.

"Está assinada por um procurador de Justiça a declaração de que nada existe, quer nos depoimentos tomados, quer na interceptação telefônica, quer nas gravações ambientais, quer na quebra dos sigilos fiscal e bancário, que faça vislumbrar o envolvimento do prefeito na organização criminosa sob investigação. Se o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) tem seu peso - e tem de ser respeitado isso - vale o mesmo para a Procuradoria de Justiça, não?", questiona o advogado.

Na defesa, Alberto Rollo indica 20 testemunhas, entre as quais estão os ministros Carlos Lupi (Trabalho) e Orlando Silva (Esporte). "Os ministros sabem das gestões do prefeito e do esforço para regularizar as questões das antenas, de modificar a legislação de parcelamento do solo. São pessoas que acompanharam fatos importantes", afirmou.

Rollo informou que não recebeu do Legislativo a documentação levantada pela promotoria em Campinas e que pode alegar cerceamento de defesa durante os trabalhos da CP. Segundo o advogado, o que chegou às mãos do prefeito foi uma notificação com 115 páginas, ou seja, parte do processo.

O presidente da CP, vereador Rafa Zimbaldi (PP), considerou "absurda" a argumentação de cerceamento de defesa e afirmou não existirem denúncias infundadas. "Os fatos são públicos e notórios. A documentação do Ministério Público, que chegou à Casa por meio de um pedido da Presidência da Câmara e com ressalva do segredo de Justiça, não fez parte da denúncia, por isso não foi enviada. Se for incluída no processo de cassação, obviamente o prefeito terá o direito de defesa", disse Zimbaldi.

A Comissão Processante vai investigar os contratos da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A. (Sanasa), as autorizações para parcelamento do solo (loteamentos) e instalações de antenas de telefonia celular no município. A CP tem até segunda-feira para analisar a defesa apresentada pelo prefeito e 90 dias para concluir os trabalhos.

A documentação entregue pelo advogado de Hélio de Oliveira Santos à Câmara não chega a citar o nome da primeira-dama, Rosely Nassim, nem de outras pessoas do alto escalão investigadas pelo Ministério Público. "O que cabia ao prefeito, que era afastar essas pessoas ou aceitar o pedido de afastamento feito por elas, já foi feito. Não se pode brincar com um mandato eletivo ou acusar o prefeito de omissão", disse Rollo.

O Ministério Público de Campinas deve retomar amanhã os depoimentos de suspeitos de envolvimento na suposta organização criminosa que teria causado R$ 615 milhões em prejuízos aos cofres públicos.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.