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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (27) que a solução da crise aérea é prioridade máxima do governo, mas admitiu que ainda não encontrou a solução para um problema que estourou no final de outubro do ano passado.

Lula convocou o ministro da Defesa, Waldir Pires, o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, o presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, e o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil, Milton Zuanazzi e pediu explicações sobre os problemas nos aeroportos. "Exigi um diagnóstico preciso porque um bom médico só pode receitar um remédio se ele souber a doença que tem o seu paciente", afirmou Lula.

O presidente estabeleceu três fatores para o estouro da crise: a incapacidade das empresas aéreas de conseguir absorver a demanda de passageiros após a crise da Varig; o crescimento de 20% do setor de turismo; e a administração da Infraero. Mas reconheceu estar cansado dos esclarecimentos. "Não existe mais explicação para a sociedade, a não ser a solução (...) temos prioridade zero para resolver. Quero prazo, dia e hora para anunciar ao Brasil que não vai ter mais problema nos aeroportos", disse o presidente.

Lula retirou um pouco a pressão sobre os controladores ao dizer que eles são apenas um item de toda a crise. "Essa coisa se arrasta desde março do ano passado. De lá para cá, as pessoas tentam culpar os controladores, mas não são apenas os controladores", disse. "Qualquer cidadão que esteja atento percebe que tem falhas e muitas falhas no setor e precisamos corrigir imediatamente", acrescentou.

O problema da Varig começou em meados de 2002, mas ela praticamente deixa de existir no começo de 2006 com as batalhas judiciais sobre sua venda. Apesar de o presidente apontar março como marco, funcionários da empresa estabelecem julho como o ponto de mudanças. No dia 28 daquele mês, a empresa cortou mais de 5000 empregos, sem pagar as rescisões ou indenizações.

O vôo da Gol 1907 caiu em 29 de setembro do ano passado. Um mês depois, os controladores aéreos iniciaram a chamada "operação-padrão" que precipitou uma seqüência de atrasos nos aeroportos que se arrastam até hoje. Infraero

A Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero), sobretudo a época em que era comandada por Carlos Wilson de 2003 a 2006, também está no centro da crise. O Tribunal de Contas da União encontrou irregularidades em diversas obras, desde superfaturamento e desvio de dinheiro até favorecimento em licitações.

A oposição tentou criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o chamado "Apagão Aéreo", mas uma manobra governista impediu qualquer iniciativa. A instalação da CPI está nas mãos do Supremo Tribunal Federal (STF). PSDB e PFL avisaram que se o STF não determinar a instalação, eles coletarão as assinaturas para criá-la no Senado.

Os governistas argumentam que uma CPI é dispensável porque todas as informações sobre as irregularidades estão disponíveis. Eles aproveitam para acusar a oposição de tentar fazer disputa política para enfraquecer o governo.

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