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“O Brasil não pode ser tratado com aspirina, com homeopatia. As medidas do governo federal são corretas, mas homeopáticas. É preciso agir com mais dureza.” - Roberto Requião, governador do Paraná | Hedeson Alves/Gazeta do Povo
“O Brasil não pode ser tratado com aspirina, com homeopatia. As medidas do governo federal são corretas, mas homeopáticas. É preciso agir com mais dureza.” - Roberto Requião, governador do Paraná| Foto: Hedeson Alves/Gazeta do Povo

O governador Roberto Requião (PMDB) afirmou que não vai cortar gastos para minimizar os efeitos da crise nacional e chamou de saída "espertalhona e preguiçosa" a estratégia usada por estados e prefeituras quebradas de anunciar corte de despesas e obras. Para ele, os investimentos não seriam feitos de forma nenhuma, mas muitos governantes "aproveitam a onda da crise para suspender obras que não iriam fazer mesmo".

Num longo discurso de reabertura dos trabalhos de 2009 na Assembleia Legislativa, Requião disse que no Paraná a situação é diferente e fez um autoelogio ao governo, que estaria conseguindo "resultados fantásticos" com a política fiscal de diminuir impostos.

Nos municípios serão investidos R$ 800 milhões em obras de melhorias urbanas, R$ l,1 bilhão na geração e transmissão de energia elétrica e mais R$ 1 bilhão em obras da Sanepar.

Não está nos planos do governo suspender obras nem reduzir programas como o Leite das Crianças, o Luz Fraterna e a Tarifa Social da Água. Requião assegurou que também não pretende mexer na política do piso salarial regional, fixado em maio de 2008 entre R$ 527 e R$ 548.

A crise no Paraná, segundo ele, será combatida com mais investimentos e mais consumo, que seria estimulado com a nova lei que entra em vigor em abril e diminui o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre 95 mil produtos de consumo popular.

Num balanço resumido da administração, Requião destacou ainda a construção e reforma de 37 hospitais, recuperação de 8 mil quilômetros de rodovias estaduais, 627 mil empregos formais em seis anos, reforma de 26 penitenciárias e construção de 75 escolas.

Ao argumentar que o governo do Paraná está fazendo sua parte para recuperar a economia, o governador criticou a postura do governo federal por não adotar medidas mais enérgicas, como a redução dos juros. "O Brasil não pode ser tratado com aspirina, com homeopatia. As medidas do governo federal são corretas, mas homeopáticas. É preciso agir com mais dureza", defendeu.

A fala do governador agradou aos aliados, mas foi criticada pela oposição. Para o líder da bancada, Élio Rusch (DEM), Requião discursou como um grande economista falando sobre a situação mundial, mas estaria falando de um Paraná imaginário. "Parece que existem dois Paranás, o do Requião, sem problemas, com a saúde nota dez e estradas recuperadas e o real, com cadeias superlotadas e gente morrendo na fila dos hospitais", comparou o deputado.

A oposição também percebeu a ausência do tema segurança pública. Segundo Rusch, a violência aumenta a cada dia, com crimes bárbaros, mas em nenhum momento o governador sequer citou o que estaria sendo feito para combater a criminalidade.

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