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Janot: “Existe pressão [política sobre mim], mas chego em casa e durmo profundamente”. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Janot: “Existe pressão [política sobre mim], mas chego em casa e durmo profundamente”.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou na noite de sexta-feira (7) que prefere “não polemizar” sobre o xingamento contra ele sussurrado pelo senador Fernando Collor (PTB-AL) em discurso no plenário, no qual o parlamentar criticou a forma com que Janot conduz as investigações da Operação Lava Jato. Questionado sobre o tema em uma palestra a universitários de Belo Horizonte, o procurador-geral disse que não responderia sobre pessoas que está investigando.

“Não polemizo sobre esses fatos contra a minha honra.” Nesse momento, ele fez uma pausa e completou, arrancando risos da plateia: “E [contra] a honra da minha mãe também”. Foi a primeira aparição pública de Janot após ter sido o mais votado pelos colegas na lista tríplice para permanecer no cargo por mais dois anos. A presidente Dilma Rousseff já decidiu pela sua recondução.

Depois de falar por mais de uma hora, Janot saiu sem conversar com a imprensa. Em seu discurso, criticou quem trata as delações premiadas como “caguetagem “. “Ele [delator] não é um X9, que fala mal do outro e sai bem na história. Ele também é condenado. A colaboração premiada não serve de prova, mas te dá todas as circunstâncias para o caminho da prova”, defendeu. “Vamos insistir nesse instrumento que é poderoso, republicano, democrático, espontâneo e deu certo em outros países. Com ele, diminuímos as tentativas e os erros.”

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Sobre a Operação Lava Jato, o procurador apenas comentou que até o momento há R$ 6 bilhões repatriados e/ou bloqueados em instituições financeiras. “Na Lava Jato, a Petrobras não é autora de crime. Ela é vítima da ação dessas pessoas”, ressaltou.

Ele ainda comentou que a atividade do Ministério Público não tem nada a ver com política, nem partido, “nem panelaço”. “Fazemos investigação técnica. Não fazemos investigação escolhendo acusados. As instituições brasileiras estão maduras e agem e reagem de forma profissional. Elas estão fortalecidas e aí fortalece também a República”, falou, descartando a tese de que haja golpe com as investigações das operações contra a corrupção. “Tudo aquilo que não é questão de Ministério Público e de investigação, a gente não trata. Então não tem nenhuma atuação política. A gente não faz atuação escolhendo investigado. Mesmo porque só podemos investigar o que é fato.”

Indagado se sofre com pressões políticas, afirmou que “existe pressão, como no trabalho de cada um de vocês”, mas que “chega em casa e dorme profundamente”.

Em relação à crise política e econômica e os frequentes escândalos de corrupção, Janot se mostrou otimista com o Brasil. “Olha o tanto que a gente evoluiu. Não dá, por uma circunstância de momento, achar que é o fim do mundo. São nesses momentos que a sociedade tem que se reafirmar. E a prova está nas outras graves crises que a gente superou“, argumentou.

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