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O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou nesta quinta-feira (24) que ‘não respondeu na mesma moeda’ às declarações do governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli. Na terça (22), o governador disse que Minc é um "veado e fumador de maconha" e que se Minc participasse da Meia-Maratona Internacional do Pantanal, que será realizada em outubro, sairia da corrida como vencedor. "Porque senão eu [Puccinelli] o alcançaria e ele seria estuprado em praça pública".

O ministro disse ter combatido o tom pejorativo dos "ataques" que recebeu "de forma positiva". "Eu não acho que eu respondi na mesma moeda de forma alguma. Quando ele usou as expressões em relação a mim, usou para me ofender. E mais, disse que ia cometer um crime, de me estruprar em praça pública", se defendeu Minc, durante entrevista coletiva em Brasília.

Eu não acho que eu respondi na mesma moeda de forma alguma. Quando ele usou as expressões em relação a mim, usou para me ofender. E mais, disse que ia cometer um crime, de me estruprar em praça pública" Nesta quinta (24), a ex-ministra do Meio Ambiente e atual senadora, Marina Silva (PV-AC), disse que Minc não deveria responder ao governador na mesma moeda.

Minc também voltou a afirmar que Puccinelli não tem capacidade para governar o estado. "Eu acho que uma pessoa que usa essas expressões não está capacitada pra governar um estado. A mim não me intimida de forma alguma", disse.

O ministro destacou ainda estar acostumado com o embate político de ideias e disse que jamais fugiu deles. "Isso não é debate possível, é ameaça de crime. Espero que os eleitores, parlamentares, a Justiça local tome posições em relação a isso", concluiu Minc.

Por telefone, a assessoria disse ao G1 que tentaria localizar o governador do Mato Grosso do Sul para comentar as novas declarações do ministro. Ela lembrou, no entanto, que Puccinelli já havia considerado o assunto encerrado depois de divulgar uma nota pedindo desculpas pelo 'tom de ofensa' atribuído às críticas feitas a Minc.

Na quarta-feira (23), o ministro já havia rebatido as declarações de Puccinelli, ao dizer que ficou "estupefato" com as palavras do governador. Na ocasião, Minc disse para que ele "fique à vontade, que ele pode sair do armário, que nós defendemos todos os homossexuais, assumidos ou enrustidos". No mesmo dia, na saída de um evento sobre "Proteção de Florestas Tropicais do Brasil", em Brasília, Minc havia dito que o governador surtou.

O governador, por sua vez, disse na quarta estar arrependido do que falou. "Foi em tom de brincadeira, eu me arrependi e tem a nota, a nota diz tudo," explicou se referindo à nota divulgada na terça-feira pelo governo pedindo desculpas ao ministro.

Puccinelli diz que a conversa aconteceu antes de começar uma reunião com empresários. "Eu, democraticamente, deixo entrar todos os orgãos de imprensa lá, e tava naquele bate-papo, na hora se conta piada, na hora que se fazem as besteiras, como foi essa," explicou. "Como tornou-se público eu achei que devia pedir desculpas públicas."

Durante a entrevista na qual Minc comentou a diminuição no desmatamento da Amazônia, ele criticou governadores, sem citar nomes, quando se referiu a uma parceria para a aquisição de carros voltados para a ações de combate ao desmatamento. "Tem governador que gosta da gente, tem governador que não gosta da gente. A gente não pode ficar a mercê do humor deles", afirmou.

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