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A rápida trégua dada pela oposição, que concordou em aprovar os R$ 18 bilhões em créditos extras, parece ter atiçado o espírito beligerante do governo. O Natal chega com Lula e seus ministros fazendo votos de um 2006 tão turbulento quanto 2005. Risco de arbítrio – Para o ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior, o anúncio pelo ministro Márcio Thomaz Bastos de que a Polícia Federal vai investigar os partidos nas eleições "transforma a democracia brasileira num Estado fascista". "É para esconder a comprovação do mensalão", diz. Competência em xeque – "Sempre que a polícia é envolvida em matéria política podem esperar-se arbitrariedades. A autoridade é o Tribunal Superior Eleitoral, e não o ministro", reage Claudio Weber Abramo, da Transparência Internacional. Amigo secreto – Embora Antônio Palocci tenha, de forma calculada, incluído Dilma Roussef entre as "formiguinhas", as apostas em Brasília são de que o ministro colocaria a colega no time principal das cigarras, ao lado do vice-presidente José Alencar e do ministro Luiz Marinho (Trabalho). No coral – No time secundário das cigarras, entrariam o assessor especial Marco Aurélio Garcia e o presidente da Fiesp, Paulo Skaf. Petit-comité – A reunião em que foi batido o martelo pela redução da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) se deu na quarta-feira à noite. Dela participaram Lula, Palocci, Paulo Bernardo (Planejamento) e Guido Mantega, do BNDES. Fica para a próxima – Dilma Rousseff fez um movimento para participar da conversa, mas Lula, de forma polida, agradeceu à titular da Casa Civil e disse que resolveria a questão com os demais.

Pequeno notável – Dos 14 maiores depositantes nas contas de Marcos Valério, segundo a CPI dos Correios, ao lado de gigantes como o Banco do Brasil, dois são do governo do Distrito Federal: o quarto é a Secretaria de Fazenda e o 14.º é a Terracap. O BRB, banco do DF, não foi listado, mas é o 15.º. Pauta oportuna – Inocêncio Oliveira (PL-PE) vai relatar os dois primeiros itens da pauta da Câmara na convocação: justamente a proposta de emenda constitucional que reduz o recesso do início do ano a 30 dias e a que acaba com a remuneração extraordinária. Bolso carregado – Os funcionários do quadro fixo do Senado receberam neste mês de dezembro tantos extras que o salário veio em nada menos que cinco contracheques. Medo do escuro – A senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) era a única remanescente dos parlamentares no Congresso, ontem. Como seu vôo para Alagoas era apenas à noite, perambulava pelos corredores. "Me senti a própria alma penada", brinca. Retrospectiva 2005 – Balanço da Ouvidoria da Câmara mostra que, até o início do mês, chegaram 1.919 cartas ou e-mails ao órgão. Desses, 50% foram catalogados como "reclamações ou desabafos". Alguns assuntos campeões foram críticas a Severino Cavalcanti (PP-PE) e Lula e o mensalão. Casa de ferreiro – A absolvição de José Guimarães, irmão de José Genoíno, provocou saia-justa na OAB. O presidente nacional da entidade, Roberto Busato, classificou a decisão de escárnio. Mas o advogado de Guimarães era o presidente da seccional cearense da Ordem, Hélio Leitão.

TIROTEIO

* Do líder da minoria na Câmara, José Carlos Aleluia (PFL-BA), sobre o ministro Márcio Thomaz Bastos dizer que a Polícia Federal vai fiscalizar os partidos nas eleições:

– A PF não pode atuar fora do comando da Justiça Eleitoral, a quem cabe fiscalizar o pleito. A proposta cria a polícia política, o que é uma violência inaceitável, ainda mais partindo de um jurista respeitado.

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