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Irmão de ministro do STJ também responderá a inquérito no Supremo

A pedido do procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, o advogado Virgílio de Oliveira Medina, preso pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Furacão, foi incluído no inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o STF, junto a outros 21 dos 25 presos, ele continuará respondendo ao inquérito que corre na 6ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.

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O Tribunal Regional Federal (TRF) negou na noite desta sexta-feira (27) o pedido de habeas corpus de oito dos acusados pelas investigações da Operação Furacão de envolvimento na exploração de jogo ilegal, corrupção e venda de decisões judiciais. Os pedidos foram enviados e analisados nesta mesma sexta pelo desembargador federal Abel Gomes, da 1ª Turma Especializada do TRF.

Dois desembargadores, um procurador e um juiz conseguiram o benefício em decisão do Supremo Tribunal Federal.

Entre os acusados que pediram para responder o processo em liberdade estão Aílton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, o sobrinho dele, Júlio César Guimarães Sobreira, acusado de ser o tesoureiro da quadrilha, e o contraventor Aniz Abraháo David, o Anísio. Os outros pedidos eram de Licínio Soares Bastos, Laurentino Freire, José Luis da Costa Rebello, Sérgio Luzio Marques de Araújo e Virgílio Medina.

Tesoureiro se recusa a falar

O advogado Nélio Machado, que defende Júlio César Guimarães Sobreira, sobrinho de Aílton Guimarães Jorge, o capitão Guimarães e acusado pela Operação Furacão de ser um dos tesoureiros do jogo do bicho, informou que seu cliente se recusou a falar em juízo. Nélio Machado disse que essa decisão é um direito de seu cliente, assegurado no artigo 5º da Constituição Federal. "Ele preferiu optar pelo silêncio. É uma norma fundamental da Constituição. Ele falará nos autos através do seu advogado. A defesa vai explicar todas as acusações no decorrer da instrução criminal e no momento certo para que a verdade venha à tona e sem excessos, sem exageros e sem conjecturas, prevaleça a verdade", explicou.

Sobre o dinheiro encontrado no apartamento de Júlio César Guimarães Sobreira, Machado, afirmou que isso "por si só não significa crime algum." O advogado garante que a questão do dinheiro será explicada no momento adequado. Questionado pelo fato do dinheiro estar guardado em um fundo falso em uma parede e não em um banco, Machado disse que essa ainda não é a hora de explicar. "Preferimos deixar isso para uma etapa adiante."

Nélio Machado também defende Aílton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães. Ele alega que ainda não há nada comprovado contra o Capitão e por isso adotou estratégias diferentes de defesa. Machado afirma ser essencial um encontro reservado com o suposto tesoureiro. "Em relação a este cliente, houve medidas tomadas que tiveram um grande alarde. Tenho necessidade de contato pessoal e reservado com meu cliente, que não tive ainda, por que as condições de prisão foram péssimas, incompatíveis com as garantias fundamentais. Então, restabelecidas as garantias e havido diálogo entre advogado e réu, aí sim nós vamos cuidar desse assunto."

Já o advogado David Zangirolami, que defende Paulo Roberto Ferreira Lino, confirmou que seu cliente é presidente da Aberj e que as acusações que recaem sobre ele não são verdadeiras. David pediu em juízo para consultar o teor das conversas gravadas pela Polícia Federal e foi autorizado. Segundo ele, Paulo Roberto esclareceu cada ponto controvertido das gravações. "Nenhuma acusação pesa sobre ele nesse momento", assegurou o advogado.

O primeiro a depor no 2º dia de depoimentos da Operação Furacão foi José Renato Granado Ferreira. Ele estava acompanhado de quatro advogados, que deixaram o prédio do Tribunal Regional Federal da 2ª região sem falar com a imprensa

A noite

Os acusados passaram a noite num alojamento no Batalhão Especial Prisional (BEP) da Polícia Militar, em Benfica, no subúrbio. Segundo informações dos funcionários, eles dormiram em nove beliches cedidos pela Polícia Federal.

Os 17 presos recusaram o almoço oferecido nesta sexta (27). No cardápio, arroz, feijão, costela de porco e batatas coradas. De sobremesa, pudim de caramelo. Eles preferiram aceitar os biscoitos levados pelos advogados.

O advogado de Ana Cláudia Rodrigues do Espírito Santo, Leonardo Isaac, informou que sua cliente está presa em uma delegacia da Polícia Federal, uma vez que o alojamento do BEP não tem dependências para mulheres.

Acusado passa mal e é internado

Uma das advogadas de Antonio Petrus Kalil, o Turcão, confirmou que o seu cliente está no Hospital Fábio Soares Maciel, do Complexo Penitenciário de Bangu. Segundo Conchita Aires, na quinta-feira (26), ela pediu à juíza que o Turcão fosse internado porque ele teria se sentido mal durante a audiência. A juíza aceitou o pedido e o acusado foi encaminhado nesta sexta de manhã. Ele continua lá até que todos os examens sejam feitos, explica a advogada.

Primeiro dia de depoimentos

Os três contraventores acusados de chefiar a rede de corrupção do jogo ilegal foram ouvidos na quinta-feira (27). Aílton Guimarães Jorge, o capitão Guimarães, Antônio Petrus Kalil , o Turcão, e Aniz Abrahão David, o Anísio, negaram que tenham envolvimento recente com o jogo do bicho e bingos.

Os advogados Nélio Machado e Ubiratan Guedes, que representam respectivamente os contraventores Capitão Guimarães e Anísio, disseram que seus clientes negaram as acusações de envolvimento na exploração do jogo ilegal, corrupção e venda de decisões judiciais a donos de casas de bingo e máquinas de caça-níqueis.

Os advogados de Turcão não falaram com a imprensa. Mas, de acordo com a descrição do depoimento divulgada pela Justiça Federal, Turcão também negou todas as acusações, alegando que explorava o jogo do bicho até quatro meses atrás, mas que hoje está afastado da atividade.

A segurança foi reforçada para receber os presos da Operação Furacão. Um dos presos, o advogado Virgílio Medina, voltou na quinta-feira (26) para Brasília para depor em outro inquérito. O advogado é irmão do ministro do Superior Tribunal de Justiça Paulo Medina que também foi citado nas investigações.

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