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O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jobim assumiu o papel de interlocutor das empreiteiras acusadas de formação de cartel em obras da Petrobras e que estão sendo investigadas na Operação Lava-Jato. Essa atribuição vinha sendo desempenhada pelo ex-ministro da Justiça no governo Lula Márcio Thomaz Bastos, morto no mês passado. Bastos atuava em nome das empreiteiras no STF.

Segundo advogados criminalistas que participam do processo, Jobim substituiu Bastos nessa função exatamente por ter sido ministro do Supremo e também ex-ministro da Justiça. "Jobim já foi ministro e circula muito bem na Suprema Corte. Acho positivo ele desempenhar essa figura junto ao STF. Vai nos ajudar na construção de um canal de comunicação das empresas com o Judiciário", disse o advogado de um dos acusados na Lava-Jato, que pediu para não ser identificado.

Os empreiteiros estão negociando com a Justiça formas de colaborar com a Justiça. Os diretores das empresas procuram minimizar futuras penas negociando acordos de delação premiada. Já as empresas buscam a possibilidade de acordos de leniência, nos quais as construtoras se dispõem a colaborar com a Justiça, em troca da redução de penas. As empreiteiras temem ser impedidas de participarem de obras públicas.

Jobim, que vem assessorando também a construtora OAS, uma das principais acusadas de corrupção na Justiça do Paraná, responsável pela investigação contra as fraudes na Petrobras, colabora com o advogado Eduardo Ferrão, do Rio, um dos advogados da construtora. Entre os advogados, acredita-se que o ex-ministro pode ajudar as empreiteiras nesse contato com a Justiça, especialmente por ser próximo ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no Supremo.

A secretária no escritório de advocacia de Jobim em São Paulo informou que ele viajou para o exterior e só retorna dia 5 de janeiro.

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