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Entenda o caso

2003 – Emerson Nerone assume a direção-geral da Secretaria do Emprego, Trabalho e Promoção Social.

2006 – Em abril, com a saída do secretário Padre Roque Zimmermann para ser candidato a deputado estadual, Nerone é escolhido pelo governador Roberto Requião para ser o secretário.

Janeiro de 2007 – No início do ano, Requião chama o deputado federal André Vargas (PT) para ser o novo secretário, mas ele condiciona a sua entrada à saída de Nerone da secretaria.

Fevereiro de 2007 – Sem conseguir negociar com Vargas, Requião indica o deputado estadual Nélson Garcia (PSDB) para a secretaria e mantém Nerone no cargo.

Março de 2007 – Denúncias envolvendo a gestão anterior da secretaria atingem o diretor-geral, que é o responsável pela aplicação de recursos.

Junho de 2007 – Tribunal de Contas do União (TCU) informa que fará fiscalização na secretaria. Um dia depois, o diretor-geral decide sair da pasta.

O diretor-geral da Secretaria do Emprego, Trabalho e Promoção Social, Emerson Nerone, deixou o cargo ontem, depois de uma conversa com o secretário Nélson Garcia, na quarta-feira. Nerone disse que o seu pedido de afastamento não é em função da fiscalização, anunciada nesta semana, que o Tribunal de Contas da União (TCU) irá realizar na pasta para verificar denúncias de irregularidades. Nerone afirma que já tinha comunicado ao seu superior, no início do ano, que permaneceria na secretaria por pouco tempo.

Nerone foi diretor-geral da secretaria na gestão passada, quando o secretário era o Padre Roque Zimmermann. Ele chegou a assumir a pasta quando o titular se desvinculou para ser candidato a deputado estadual pelo PT. Disse que achava estranho, depois de ser secretário, voltar para a diretoria-geral. E esse seria o motivo de seu pedido de demissão.

Denúncias

Desde o resultado das eleições do ano passado, quando Roberto Requião começou a conversar sobre possibilidades de troca de secretariado, o nome de Nerone aparecia como um entrave para as negociações. O presidente estadual do PT, André Vargas, na época condicionou aceitar o convite de ser secretário do Trabalho à saída de Nerone. A "fritura", porém, começou a ficar mais intensa a partir de janeiro.

Requião acabou indicando o deputado estadual Nélson Garcia (PSDB), mas manteve Nerone (PHS) como diretor-geral.

Mesmo com a definição, denúncias vindas de diversas partes davam conta que havia uma série de irregularidades cometidas na gestão de Padre Roque, o que atingia diretamente Nerone, responsável por todas as liberações de dinheiro. "Nenhuma denúncia foi confirmada. Tanto que o governador reafirmou a confiança em mim e no Padre Roque", disse Nerone. O governador Roberto Requião emitiu uma nota à imprensa, no fim de março, dizendo ter confiança em Nerone.

Coincidência ou não, a conversa com o secretário, que definiu a saída de Nerone, aconteceu no dia seguinte à confirmação de que o TCU iria iniciar nas próximas semanas uma auditoria na Secretaria do Emprego, do Trabalho e da Promoção Social, para fiscalizar os recursos federais repassados ao órgão em 2006 e neste ano. Nerone diz que a fiscalização é comum e já foi realizada em anos anteriores, como faz o Tribunal de Contas do Estado.

Cargo visado

O diretor-geral afirma que, quando as denúncias iniciaram, entre elas de repasse irregular de recursos para organizações não-governamentais, ele já pensava em sair. Mas pediu ao secretário Garcia para esperar a "poeira baixar". Nerone considera que seu cargo é visado porque, nos quatro anos e meio que ficou na secretaria, foi responsável por R$ 100 milhões de dinheiro do FAT (Fundo de Apoio ao Trabalhador) e do Tesouro Estadual. "Tinha muita gente interessada em administrar isso", diz.

Ele afirma que sai sem mágoas do governo e continua defendendo todas as ações do governador Roberto Requião. Não foi convidado para assumir outro posto na administração estadual. Para a diretoria-geral da secretaria, deve entrar o atual chefe de gabinete de Nerone, Fernando Peppes, indicado pelo ex-diretor-geral.

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