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Luiz Eduardo Sebastiani, secretário de Finanças de Curitiba | César Brustolin/SMCS
Luiz Eduardo Sebastiani, secretário de Finanças de Curitiba| Foto: César Brustolin/SMCS

Empréstimos - Governo e prefeitura reduziram o endividamento em 2009

O montante de dívidas do governo do Paraná e da prefeitura de Curitiba caiu em 2009 em relação a 2008. A queda mais acentuada se deu no passivo municipal, com um decréscimo de 9,21%. Em valores, a soma das dívidas da capital era de R$ 318,4 milhões em 2008 e fechou 2009 com R$ 289,1 milhões. No governo estadual, a queda foi mais modesta (1,48%), passando de R$ 17,1 bilhões para R$ 16,9 bilhões.

O secretário de Finanças de Curitiba, Luiz Eduardo Sebastiani, explica que essa redução foi estratégica para aumentar a capacidade de financiamento da cidade para contrair novos empréstimos neste ano, que juntos podem chegar a cerca de R$ 250 milhões. "Temos negociação com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para obras na estrutura viária, com a Agência Francesa de Desenvolvimento para a Linha Verde Norte e com o PAC da Copa."

Já o coordenador da administração financeira da Secretaria Estadual da Fazenda, César Ferreira, explica que a dívida caiu porque alguns contratos de financiamento se encerraram. Ele diz que a redução da dívida estadual faz parte de uma política do governo de evitar o endividamento a longo prazo. "O custo disso [da dívida] é muito caro. Pagamos de R$ 120 milhões a R$ 130 milhões por mês de emprés­­timos feitos há dez anos. É melhor apertar um pouco e gastar o próprio recurso do que se endividar." (HC)

A previsão do governo do Paraná e da prefeitura de Curitiba é de man­­­ter o nível de comprome­­­timen­­­to da receita com o pagamento dos salários dos servidores em 2010 nos mesmos patamares do ano passado.

Se isso ocorrer, vai significar uma reversão de tendência tanto na administração estadual quanto na municipal. O estado, depois de três anos de queda do porcentual de comprometimento da receita com funcionalismo, em 2009 aumentou a participação da folha de pagamento no bolo orçamentário (de 42,2% para 45,1%).

Já no caso da prefeitura, haveria uma quebra de uma tendência que vem se confirmando desde 2005 (quando o porcentual do gasto com salários era 22,3% das receitas, saltando para 39,9% no ano passado).

Apesar disso, segundo os prognósticos da prefeitura e do governo, o ritmo de crescimento da arrecadação não subirá de forma tão acelerada a ponto de crescer proporcionalmente mais rápido que as despesas de pessoal. No máximo, ela empatará.

O coordenador da administração financeira da Secretaria Esta­­­dual da Fazenda, César Ferreira, revela que o governo estadual está revendo para cima o potencial de crescimento da economia em 2010, mas que ainda seria insuficiente para recuperar a tendência de diminuir o comprometimento do orçamento com a folha de pessoal. "Nós estamos revendo todas as projeções de 2010. A ideia é que o comprometimento se mantenha. Com a previsão de 5% de aumento para os funcionários neste ano, devemos ficar ainda dentro do limite de alerta [da Lei de Res­­­ponsabilidade Fiscal]."

O secretário de Finanças de Curitiba, Luiz Eduardo Sebastia­­­ni, é um pouco mais otimista. "O comprometimento tende a descrescer porque a receita tende a retomar o crescimento. Já temos indices [de arrecadação] próximos do patamar de antes da crise. Um pouco abaixo."

Folha salarial também cresceu mais no interior

As prefeituras do interior do Paraná – a exemplo do governo es­­­tadual e do município de Curi­­­tiba (veja reportagem na página anterior) – também au­­­mentaram os gastos com o salários de funcionários em uma proporção acima do crescimento da arrecadação.

Enquanto as despesas com funcionalismo tiveram crescimento de cerca de 5% em 2009, as receitas com tributos municipais e transferências de recursos aumentou aproximadamente 3%. As informações fazem parte do boletim eletrônico "Conjun­­­tura Municipal", do Tribunal de Contas do Paraná (TC). O boletim mapeia as finanças de 255 das 399 prefeituras do Paraná.

Em número reais, a despesa total dessas cidades com pessoal passou de R$ 5,1 bilhões em 2008 para R$ 5,4 bilhões no ano passado. Já o crescimento da re­­­ceita foi menor: de R$ 13,1 bilhões para 13,5 bilhões.

Para não fechar no vermelho, os prefeitos cortaram investimentos já programados. Na semana retrasada, o TC divulgou o tamanho desse corte ao apresentar os dados do boletim: ao todo, as 255 cidades reduziram os gastos com obras e aquisição de equipamentos em R$ 421 milhões. A queda real dos investimentos municipais em 2009 (descontando-se a inflação) foi de 27,6% em relação a 2008. (HC)

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