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Ideli com  Sarney: ministra disse que ainda está "tomando pé" do novo trabalho | Jonas Pereira/Ag. Senado
Ideli com Sarney: ministra disse que ainda está "tomando pé" do novo trabalho| Foto: Jonas Pereira/Ag. Senado

Se os líderes da base na Câmara dos Deputados já tinham resistências à ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, o clima piorou ontem. No primeiro dia de trabalho no novo cargo, ela faltou a um almoço com líderes dos partidos aliados de Dilma Rousseff na Casa. Os líderes criticaram a ausência de Ideli. Depois, na sua primeira visita ao Senado como ministra, Ideli deixou em suspense os prazos do governo para atender os parlamentares da base aliada na liberação de emendas e no preenchimento de cargos do segundo escalão – motivo de insatisfação de deputados e senadores.

"A ministra tem de entender que o Legislativo não é o Senado. Se ela acha que o Legislativo é o Senado, está enganada", disse o líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes (GO), segundo relato de líderes presentes ao almoço. O anfitrião do encontro saiu em socorro da ministra. O líder do PR, deputado Lincoln Portela (MG), lembrou que a ministra foi chamada por Dilma para participar de um almoço, no mesmo horário, no Palácio da Alvorada com a bancada do PR no Senado. "Ela não poderia deixar de atender ao convite da presidente. Precisa­­­mos ver o outro lado da moeda", justificou Portela.

Em contraste com a falta da nova coordenadora política do governo, o ex-ministro da pasta Luiz Sérgio, presente no encontro, foi aplaudido pelos líderes. O ex-mi­­­nistro de Relações Institucio­­­nais e atual ministro da Pesca sempre participou das reuniões dos líderes da base realizadas durante o al­­­moço das terças-feiras. Ontem, ele agradeceu o apoio que recebeu.

No Senado

Após se encontrar com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), Ideli alegou que nesta semana está "tomando pé" do ministério. Sobre as emendas parlamentares, ela concordou que há um "saldo" que Dilma vai tentar agilizar. Mas ressalvou que as negociações levarão em conta as finanças do governo, que está fazendo um esforço para economizar neste ano. "Tu­­do vai ser tratado", prometeu, sem dizer quando as emendas serão liberadas. Sobre as nomeações, disse que serão feitas "dentro da maior agilidade possível e dentro dos critérios que a presidente está exigindo, de critérios técnicos."

Agenda espinhosa

Os líderes da base na Câmara reunidos ontem manifestaram a decisão de votar em breve dois assuntos espinhosos para o governo: a proposta de emenda constitucional que cria um piso salarial nacional para os policiais civis, militares e bombeiros, e a regulamentação dos gastos com a saúde definidos pela Emen­­­da Constitucional 29. Os deputados querem votar o projeto sem a criação de uma nova CPMF, mas o governo tem evitado a volta do projeto ao plenário porque teme ter de gastar mais.

Articulação

Paralelamente à atuação de Ideli, a presidente Dilma intensificou sua aproximação pessoal da base aliada no Congresso. O almoço com segundo senadores do PR faz parte dessa estratégia. De acordo com Blairo Maggi (PR-MT), Clésio Andrade (PR-MG) e Magno Malta (PR-ES), Dilma procurou demonstrar respeito pelo Congresso e ouviu durante quase três horas os pleitos de cada um deles.

Clésio Andrade, que também é presidente da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), pediu a Dilma que retome os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) relacionados às estradas.

A percepção dos senadores do PR sobre a mudança de comportamento da presidente foi confirmada pela ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, que esteve no Senado logo após o almoço. Segundo Ideli, Dilma fez reuniões semelhantes com outras bancadas de partidos da base aliada e pretende transformar isso em uma prática cotidiana.

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