
Apenas dois dias depois de ter sido reeleita, a presidente Dilma Rousseff (PT) enfrentou ontem a primeira rebelião de aliados no Congresso. Para mostrar força e o tom que deve pautar as conversas na Câmara Federal durante o segundo mandato, partidos da base se uniram a deputados da oposição e aprovaram o projeto que cancela o decreto presidencial que obrigava que decisões governamentais de interesse social tivessem de ser submetidas a conselhos populares. A matéria foi colocada na pauta de votação pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Além do PMDB, também votaram contra o Planalto parlamentares de outras siglas aliadas, como o PSD. O PT tentou em vão obstruir ou adiar a votação, juntamente com o PCdoB e o PSol.
A pressão começou após uma reunião da oposição, quando líderes do PSDB, DEM, PPS e Solidariedade ameaçaram trancar a pauta da Câmara enquanto não fosse votado o projeto de derrubada do decreto dos conselhos populares. A oposição e parte da base acusavam o governo de tentar, com o decreto, aparelhar politicamente órgãos públicos e usurpar funções do Legislativo. O governo alegava que apenas queriam ampliar a participação popular. O projeto, agora, segue para votação no Senado.
Além desse atrito com o PMDB, o Planalto já tem outro impasse envolvendo os peemedebistas: o partido quer manter a presidência da Casa no 2.º mandato de Dilma, rompendo um acerto com o PT de que haveria uma alternância no comando da Câmara.



