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André Gerdau, presidente do grupo Gerdau, também deve ser conduzido à sede da PF para prestar esclarecimentos | ANTONIO SOBRAL
André Gerdau, presidente do grupo Gerdau, também deve ser conduzido à sede da PF para prestar esclarecimentos| Foto: ANTONIO SOBRAL

A Polícia Federal (PF) realiza na manhã desta quinta-feira (25) a 6ª fase da Operação Zelotes, que investiga um dos maiores esquemas de sonegação fiscal já descobertos no país. Os agentes cumprem 18 mandados de busca e apreensão nos endereços do Grupo Gerdau no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Rio Grande do Sul e Pernambuco.

Também são cumpridos outros 22 mandados de busca coercitiva, e outras duas pessoas já presas no Complexo da Papuda estão sendo ouvidas pelas autoridades.

André Gerdau, presidente do grupo Gerdau, também deve ser conduzido à sede da PF para prestar esclarecimentos. Segundo a PF, o mandado não foi cumprido e, ainda de acordo com a polícia, a família do empresário informou que ele se apresentará voluntariamente nesta quinta (25). Já estão sendo conduzidas para prestarem depoimentos na sede da Polícia Federal em Brasília as advogadas Evanice Canário e Adriana Ribeiro. Elas são sócias do lobista José Ricardo da Silva, que está preso.

Suspeitas

A empresa siderúrgica é suspeita de envolvimento de fraudes no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), e teria, segundo as investigações tentando interferir no pagamento de multas em torno de R$ 1,5 bilhão em processos que tramitam no Carf.

Segundo a PF, a empresa continuou a cometer ilícitos mesmo depois de ter sido deflagrada a Zelotes.

Em março do ano passado, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal descobriram indícios de que um simples pedido de vista de um processo de empresa ou banco no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), do Ministério da Fazenda, poderia ser vendido por R$ 50 mil. Os sinais da negociata foram descobertos nas investigações da Zelotes, que apura fraudes nos processos do Conselho. Por meio do suborno de conselheiros, empresas e bancos conseguiram redução ou até mesmo eliminação de dívidas relacionadas à sonegação de impostos.

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Entre os investigados estão empresas do Grupo Gerdau, conforme revelou O Globo, e o Banco Safra. Também estão na lista de investigados o ex-secretário da Receita Federal e ex-presidente do Carf Otacílio Cartaxo, o genro dele Leonardo Manzan (ex-conselheiro) e o conselheiro Francisco Maurício Rebelo Albuquerque, pai do deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), líder do PP na Câmara. O ex-presidente do Carf Edson Rodrigues também aparece entre os investigados. Ao todo, um conselheiro e nove ex-conselheiros são suspeitos de envolvimentos com a maior fraude fiscal já descoberta no país.

Outro lado

Em nota, o grupo Gerdau diz que “está colaborando integralmente com as investigações da Polícia Federal” e que, “com base em seus preceitos éticos, a Gerdau não concedeu qualquer autorização para que seu nome fosse utilizado em pretensas negociações ilegais, repelindo veementemente qualquer atitude que possa ter ocorrido com esse fim”.

O grupo reitera “que possui rigorosos padrões éticos na condução de seus pleitos junto aos órgãos públicos e reafirma que está, como sempre esteve, à disposição das autoridades competentes para prestar os esclarecimentos que vierem a ser solicitados”.

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