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Cunha, Temer e Renan: PF cumpre mandados de busca  em endereços de políticos ligados a cúpula do PMDB. | Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados
Cunha, Temer e Renan: PF cumpre mandados de busca em endereços de políticos ligados a cúpula do PMDB.| Foto: Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados

A nova fase da Operação Lava Jato atingiu não só o presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, mas todo o núcleo do PMDB. Dentre os 53 mandados de busca e apreensão que estão sendo cumpridos pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira (15), há vários mandados contra políticos e executivos ligados ao próprio Cunha, mas há também ligações com o presidente do Senado, Renan Calheiros, e até mesmo com o vice-presidente da República, Michel Temer.

Eduardo Cunha é o alvo mais óbvio da operação. Além de mandado de busca e apreensão em sua casa, ele também vê um mandado sendo cumprido na diretoria-geral da Câmara, órgão responsável por fechar contratos e ordenar despesas. O canal Globo News também revelou nesta manhã que a casa da chefe de gabinete do deputado, Denise Santos, e a C3 Produções, uma empresa carioca ligada ao peemedebista, também são alvos da operação.

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Além deles, Fábio Cleto -- ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa -- também teve sua casa visitada pelos policiais nesta manhã. Ele foi indicado por Cunha ao cargo e acabou exonerado pela presidente Dilma Rousseff na última quinta-feira (10), quinze dias após a abertura do processo de impeachment pela Câmara dos Deputados. A informação de que Cleto é alvo da operação desta terça foi divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo.

Cunha, entretanto, não está só nesse tabuleiro. Renan Calheiros também acaba sendo atingido, mesmo que indiretamente pela operação batizada como Catilinárias – uma referência a discursos do cônsul romano Cícero por volta de 63 A.C contra o senador Catilina, acusado de tentar derrubar a República. Sérgio Machado, ex-presidente da Transpreto, havia sido indicado por Renan, e é alvo de um mando de busca e apreensão cumprido hoje. Assim como o deputado Anibal Gomes (PMDB-CE), apontado como interlocutor do senador.

Quem também acordou com a PF em sua porta foi o peemedebista Henrique Eduardo Alves, ex-presidente da Câmara, que teve sua nomeação ao Ministério do Turismo anunciada em primeira mão por Michel Temer. O vice-presidente é acusado nos bastidores de conspirar a favor do impeachment da presidente Dilma. Outro ministro alvo da PF é Celso Pansera (PMDB), afilhado de Cunha e atual titular de Ciência e Tecnologia.

Também há senadores alvos de mandados de busca e apreensão nesta terça. Nessa lista entram o ex-ministro de Minas e Energias, Edison Lobão (PMDB-MA) – que é investigado no Supremo Tribunal Federal pela Lava Jato, e Fernando Bezerra Coelho (PSB), o único político fora dos quadros do PMDB envolvido na mais nova operação da Lava Jato.

Os tentáculos da Catilinárias atingem todo o núcleo do PMDB em um momento que o partido é apontado como o fiel da balança no processo de impeachment contra a presidente Dilma movido na Câmara dos Deputados. Especula-se que o principal objetivo da operação, entretanto, seja mesmo reunir provas nos inquéritos que apuram a suspeita de que Eduardo Cunha recebeu US$ 5 milhões em propinas envolvendo negócios da Petrobras.

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