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Roseli Pantoja: suspeita de ter ligações com Cachoeira disse na CPI que foi usado como laranja | Geraldo Magela/Ag. Senado
Roseli Pantoja: suspeita de ter ligações com Cachoeira disse na CPI que foi usado como laranja| Foto: Geraldo Magela/Ag. Senado

Assassinato

PF prende suspeitos de matar policial e descarta relação com bicheiro

Folhapress

A Polícia Federal informou ontem que sete pessoas foram presas, acusadas de envolvimento com a morte do agente Wilton Tapajós, em 17 de julho, em Brasília. Tapajós, que estava na PF desde 1987, trabalhava no núcleo de inteligência que comandou a Operação Monte Carlo, que resultou na prisão de Carlinhos Cachoeira. A PF praticamente descartou relação entre a morte e a ação.Segundo a polícia, os detidos fazem parte de uma quadrilha que rouba carros e que já atuara no cemitério onde Tapajós foi morto. O delegado Alessandro Moretti informou que três dos sete presos estavam no local na hora do assassinato e do roubo de um carro Gol que pertencia à família do agente.

Novos documentos remetidos à CPI do Cachoeira e um depoimento inesperado, prestado ontem, trazem mais evidências sobre o funcionamento do "laranjal" da Delta Construções, irrigado com pelo menos R$ 302 milhões nos últimos quatro anos. Dados encontrados num computador apreendido pela Polícia Federal apontam a existência de um operador de várias empresas de fachada montadas pelo grupo do bicheiro Carlinhos Cachoeira e abastecidas pela Delta. Francisco de Assis Oliveira era responsável por emitir notas fiscais frias que camuflavam serviços não prestados, inclusive para a empreiteira, como conclui a PF em relatórios da Operação Monte Carlo encaminhados à CPI do Cachoeira.

Ontem, a comissão aprovou a convocação de Francisco de Assis para depor. Mas novas revelações indicam que ele não era o único "fabricante" de empresas de fachada. Sócia da principal empresa-fantasma do grupo de Cachoeira, a Alberto & Pantoja Construções, Roseli Pantoja compareceu à CPI, depôs por mais de duas horas e disse que seu nome foi utilizado indevidamente pelo ex-marido Gilmar Carvalho Moraes. Ele passou a ser considerado suspeito e deve ser convocado a depor. O ex-marido pode ter criado seis empresas para Cachoeira com o nome de Roseli.

Parlamentares da oposição e os que se intitulam independentes aproveitaram o surgimento de novos elementos sobre as transferências da Delta para pedir uma mudança de foco da CPI. Segundo eles, as investigações devem focar menos os crimes cometidos por Cachoeira e mais o esquema de remessa de dinheiro da Delta a empreendimentos laranjas, com apuração sobre o destino final dos recursos. Segundo reportagem do jornal O Globo de ontem, a CPI já quantificou repasses de R$ 302 milhões da Delta a 13 empresas de fachada entre 2008 e 2012. Quatro dessas empresas são comprovadamente do grupo de Cachoeira, e as demais surgiram no curso da investigação pela CPI, e sobre as quais as informações ainda não são conclusivas.

Centro-Oeste

Mesmo possuindo esses dados, o relator da CPI do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), disse ontem que estão fora do foco da comissão supostas empresas de fachada sediadas em São Paulo e no Rio de Janeiro, e que receberam pelo menos R$ 220 milhões da Delta.

Essas empresas extrapolam o esquema Cachoeira, no qual as empresas fantasmas que estariam ligadas à Delta são baseadas em Goiás e no Distrito Federal. A divulgação da movimentação bancária dessas empresas poderia expor as conexões políticas da construtora – da qual Cachoeira era sócio oculto, segundo a Polícia Federal. "A CPI vai até certa altura. À altura que a CPI não for nós temos condição de pegar todo o material que nós temos aqui e encaminhar, sem nenhum prejuízo", disse Cunha, indicando que a comissão pode deixar a iniciativa de apuração para a Polícia Federal e para o Ministério Público.

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