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Roseana e Sarney: passagens e segurança sob suspeita. | Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr
Roseana e Sarney: passagens e segurança sob suspeita.| Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr

Mais duas denúncias colocaram em cheque a credibilidade do Senado. A filha do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), senadora Roseana Sarney (PMDB-MA) é acusada de usar passagens aéreas pagas pelo Senado para transportar amigos e parentes. A outra denúncia é de que o nepotismo no Senado foi mantido de forma escamoteada, pois 90% dos funcionários de empresas que prestam serviço para a Casa seriam parentes de senadores e diretores do Senado.

As duas denúncias surgiram após o caso dos 3 mil funcionários da Casa que receberam horas extras durante o recesso parlamentar de janeiro e o afastamento de dois diretores da Casa, um por ser dono de uma mansão não declarada ao Imposto de Renda e outro por repassar para os filhos o apartamento funcional a que tinha direito a morar, e o .

Roseana Sarney (PMDB-MA) teria usado a cota de passagens aéreas da Casa para custear o transporte de sete pessoas de São Luís, capital do Maranhão, até Brasília no penúltimo fim de semana, segundo divulgou ontem o site Congresso em Foco. Do grupo faziam parte amigos e parentes de Roseana, além de empresários do Maranhão.

Na lista de usuários da cota de Roseana está a cunhada da senadora, Teresa Murad Sarney, esposa de Fernando Sarney – investigado pela Polícia Federal, na Operação Boi Barrica.

Na mesma investigação, ainda segundo o site, a PF descobriu que Fernando Sarney usou uma passagem da cota do deputado Carlos Abicalil (PT-MT) para mandar o amigo e funcionário do Senado Marco Antônio Bogéa de Brasília para São Paulo no dia 19 de julho de 2008.

Ao comentar o uso de cotas de passagens aéreas do Senado pela senadora Roseana Sarney, Heráclito Fortes (DEM-PI) disse ontem que pela norma do Senado não existe proibição. Segundo Heráclito, o congressista pode fazer o que quiser, só não pode vendê-las, sendo a utilização de responsabilidade dos próprios senadores.

Outra denúncia, veiculada pelo jornal O Globo também revelou que 90% dos funcionários terceirizados do Senado têm vínculos com servidores da Casa. Parlamentares da base aliada do governo e da oposição vão cobrar de José Sarney a exoneração de familiares de diretores do Senado empregados em empresas que prestam serviço ao Legislativo.

"Isso é um absurdo. O Senado não tem que encontrar maneiras de escamotear o nepotismo. O presidente Sarney precisa tomar essa medida urgente", disse o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).

Assim como Demóstenes, o senador Renato Casagrande (PSB-ES) disse esperar a abertura de sindicância para investigar a contratação dos parentes de servidores. O parlamentar espera que Sarney reveja as nomeações dos servidores terceirizados que têm vínculo com funcionários do Senado – especialmente os ligados a diretores da Casa.

"Algumas pessoas acham que o Senado é propriedade privada deles, acham que uma instituição tão importante como o Senado está à disposição de meia dúzia e de suas famílias. O fato requer uma ação forte e transparente do presidente Sarney", afirmou Casagrande.

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