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Cida Borghetti, deputada federal, presidente do Pros no Paraná | Albari Rosa/ Gazeta do Povo
Cida Borghetti, deputada federal, presidente do Pros no Paraná| Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo

Características

Veja o perfil das novas legendas, criadas em setembro, com a participação maciça de parlamentares com mandato.

Pros

• Presidente: Eurípedes Júnior.

• Principais bandeiras:

• Redução dos impostos

• Reforma tributária

• Defesa da saúde

• Nova política sobre drogas

• Defesa do consumidor

• Resgate da segurança pública

• Defesa da família

• Mobilidade urbana

• Defesa do empreendedorismo

• Fortalecimento do modelo tecnológico no Brasil

• Defesa da agricultura familiar e do agronegócio

• Desburocratização

• Caminho em 2014: irá apoiar a reeleição de Dilma Rousseff.

Solidariedade

• Presidente: Paulinho da Força

• Principais bandeiras:

• Defesa dos interesses das classes populares, dos movimentos sociais e dos trabalhadores

• Trabalho em conjunto com a indústria e setores progressistas

• Garantia de direitos trabalhistas

• Fim do fator previdenciário

• Jornada de 40 horas semanais sem redução salarial

• Valorização do aposentado

• Redução dos juros

• Aumento dos investimentos na produção

• Caminho em 2014: Informa que isso não está fechado. Nos bastidores, especula-se que pode apoiar Aécio Neves (PSDB) ou Eduardo Campos (PSB).

Metologia

Os números de filiados são repassados à Justiça Eleitoral pelos próprios partidos. A última atualização teve de ser enviada até o dia 14 de outubro. As listas trazem os nomes dos filiados e a situação deles. Os dados estão sendo analisados pelo TSE. Os partidos devem enviar uma nova listagem em dezembro.

Prazo maior

O número de filiados ao Pros e ao Solidariedade que estão aptos a disputar as próximas eleições pode ser maior do que o que consta do site do TSE, que foram enviados pelos partidos em meados de outubro. Isso porque as novas legendas tiveram o prazo de um mês, a partir do momento do registro do partido, para filiar candidatos aptos a disputarem as eleições. O prazo se encerrou no fim de outubro.

Criados no fim de setembro após coletar mais de 500 mil assinaturas, os novatos Partido Republicano da Ordem Social (Pros) e Solidariedade não reverteram, num primeiro momento, o apoio popular em filiações. Segundo os últimos dados enviados à Justiça Eleitoral, de outubro, os dois partidos concentravam quase 9 mil filiados no país, o equivalente a 0,06% dos 15 milhões de brasileiros filiados a alguma das 32 siglas – números considerados inexpressivos na avaliação de cientistas políticos.

INFOGRÁFICO: Veja o número de filiados dos partidos

Para efeito de comparação, o PMDB conta com 2,4 milhões de filiados, seguido pelo PT (1,6 milhão), PP (1,4 milhão) e PSDB (1,4 milhão). As quatro siglas juntas concentram 44% das filiações. Os números estão disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Já as novas siglas, por sua vez, alegam que a quantidade de filiados aumentou desde o envio dos dados ao TSE, há mais de um mês, e que a prioridade era filiar pessoas que irão concorrer às eleições de 2014 (leia mais nesta página). O Solidariedade afirma que os números enviados ao TSE, de 4,7 mil filiados, aumentaram para 11,7 mil. O Pros não forneceu os dados.

Aumento

Os dirigentes das siglas no Paraná também defendem que o número de filiados vem crescendo. Em outubro, o Pros tinha 49 filiados no estado, e o Solidariedade, 302. Para o cientista político e sociólogo da UFPR Ricardo Costa de Oliveira, porém, mesmo filiando mais eleitores os números não devem mudar muito. "Não há militância efetiva, são números baixos", diz.

Oliveira questiona ainda o fato de grande parte dos filiados às novas legendas ser do meio político e ter mandato: "É importante ter partido, mas o partido que crie seus parlamentares". Na Câmara dos Deputados, o Solidariedade é o oitavo em número de deputados, e o Pros formou com o PP um bloco partidário com a terceira maior bancada da Casa.

Para o professor do departamento de Política da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Pedro Fassoni Arruda, os partidos são novos, mas contam com nomes antigos. "São partidos de exclusiva atuação parlamentar, formados a partir de acordos", diz. "Não são resultado de ampla discussão no interior da sociedade."

Atrativos

Um dos fatores que tornava a criação de novas legendas atrativas era acesso ao tempo de propaganda eleitoral no rádio e na tevê e a recursos do Fundo Partidário, tornando-as valiosas no momento de uma coligação. Mas isso mudou. Agora, de acordo com as novas regras sancionadas pela presidente Dilma Rousseff no fim de outubro, os maiores benefícios só ficarão disponíveis a partir do instante em que as novas siglas disputem uma eleição e elejam deputados federais. O objetivo é inibir a criação de legendas.

Autor do livro História dos Partidos Brasileiros, o professor emérito do Instituto de Ciência Política da Uni­versidade de Brasília Vamireh Chacon é contra a proliferação de partidos. Para ele, essa multiplicação não é representativa de nenhum grupo social. "O excesso de partidos confunde os eleitores e prejudica a democracia quanto à falta de horizontes definidos", diz "A sociedade está perplexa, surpresa e crescentemente desinteressada." Chacon defende a possibilidade de candidatos independentes, sem ligação a uma sigla, e cláusula de barreira.

Colaborou Mariana Ceccon.

Candidatos às eleições de 2014 tiveram prioridade, dizem siglas

Em resposta às críticas, Pros e Solidariedade dizem ter focado na filiação de pessoas que irão disputar as eleições de 2014, já que há um prazo para isso. As legendas, criadas em 24 de setembro, consideram bons os números de outubro diante do pouco período para filiações.

Os líderes alegam ainda que os números de filiados já é superior ao que consta do site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de 14 de outubro, data do último balanço disponível. O Solidariedade informou ter filiado 11,7 mil pessoas, das quais 674 no Paraná. Para a sigla, os números são extremamente bons, o partido está em crescimento e possui representatividade em todos os estados brasileiros.

O deputado federal Fernando Francischini, presidente do Solidariedade no Paraná, explica que a filiação foi feita, inicialmente, com lideranças políticas e que neste mês será feita uma convenção estadual para abrir filiações. "Foi uma opção minha de não abrir as filiações em quantidade e focar na qualidade, já que a gente tinha pouco tempo para o prazo eleitoral."

Segundo ele, a legenda conta com mais de 200 vereadores com mandato, dos quais 20 são presidentes de câmaras municipais. "Não é o número de filiados que representa a envergadura política", diz. "Em Brasília, somos o oitavo partido no Congresso. Isso faz com que o partido seja dos grandes."

Pros

Já o Pros disse que os números disponíveis no site do TSE referem-se a filiações feitas em oito dias e que novos dados, a serem enviados em abril ao TSE, irão aumentar radicalmente o número de filiados.

Até agora, a legenda aparece com 49 integrantes no Paraná. A deputada federal Cida Borghetti, presidente do Pros no Paraná, exemplifica, porém, que em apenas uma semana o partido filiou 110 vereadores.

Segundo ela, a legenda terá o horário eleitoral gratuito para falar do partido e convocar a população para filiações. No plano nacional, ela lembra que a legenda tem 21 deputados federais. "O partido quer crescer, já nasce com vontade de crescimento, quer ocupar espaço, quer ser protagonista nas próximas eleições." A perspectiva da legenda é filiar 3 mil pessoas no Paraná até o fim do ano.

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